Naquela noite, caiu por terra a enorme paixão ao vê-la no carro dele. Amadeu aprendeu desde cedo o valor que tem, e independente da dor e da lágrima pelo rosto, foi preciso superar a escolha alheia. Não adiantou o soco dado no poste de cimento. Seu pai estava certo, quando contestou o namorico.
Anos mais tarde, outra ruptura dolorosa que não era possível de acreditar. Absolutamente, finais felizes parecia de fato ser somente em histórias criadas, não para ele. Sim, a mãe dela, a outra, não aprovava o namoro por ele ser Amadeu da Silva um boêmio popular. A pior dor para o “condenado” foi ver a submissão dela, e ter que se contentar com uma despedida. Beijos e lágrimas pelo rosto, ansioso estava com o fim daquele momento – aquele conto que pessoas fogem juntas para viver um amor absolutamente não aconteceu.
Refletiu-se: é mesmo possível para essa classe que vive um ou outro fogo o “sonho do romance”? Ora, por pouca safadeza foram apagados feito simples fagulhas. Só de sacanagem, Amadeu resolveu dar o troco sendo ardente e apaixonante. Olharia nos olhos, estaria presente somente naquele instante. No outro dia vivenciou outras bocas, peles e curvas. Outras paqueras, chamegos, samba e histórias.
Só de sacanagem não se importou com mais nada. Aliás, parou de se importar com o doce pecado. Só de sacanagem, Amadeu o amou e apaixonará por todas aquelas que cruzar o olhar sem moderação. Para ele, viver é ou restou o amasso. Amadeu, Amadeu, existe alguém mais feliz que Amadeu?
Dione Castro
31.07.2024
