No caminho dos “povoados de Cesareia de Filipe”, Jesus quis saber o que as pessoas pensavam a seu respeito. Ainda não era clara a compreensão do seu messianismo, confundiam-no com um dos profetas do Antigo Testamento. Ao responder em nome do grupo a pergunta de Jesus: “E vós, quem dizeis que eu sou?”, Pedro reconheceu nele algo além das imagens limitadas que as pessoas tinham: ele é o Messias, o Cristo, o Ungido do Pai (Mc 8,29).
Marcos prioriza dois títulos na apresentação do Senhor: Filho de Deus e Filho do Homem – único nome que Jesus usava para si mesmo. Ele é o Filho do Homem, o Filho de Deus, o Messias que foi ungido pelo poder do Espírito Santo para anunciar o Reino como vontade do Pai.
Após à confissão de Pedro, temos o primeiro anúncio da paixão: Jesus prediz o seu sofrimento, rejeição pelas autoridades, morte e ressurreição (Mc 8,31). O mesmo que o proclamou como o Messias, agora reage, repreendendo o Mestre. É duramente chamado a atenção de Satanás, o adversário, aquele que age com pensamentos humanos (Mc 8, 32).
A cena encerra-se com conselhos de Jesus: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la” (Mc 8,34.35).
Jesus é o Messias Servo que assumiu a missão divina de nos salvar. Seu “Auxiliador é o Senhor Deus” (Is 50,7.9a). Confessar o seu Nome significa acolher a sua pessoa e missão, e tê-lo como aquele que governa a nossa vida e dirige as nossas decisões, desejos e vontade.
Escolher a Jesus proporciona alegria e certeza de realização, com desafios e cruz. Mas é esta a fé que se traduz em obras que geram a vida (Tg 2,17), e que nos coloca no caminho da salvação.
“Andarei na presença de Deus, junto a ele na terra dos vivos” (Sl 114,9).
Dom Paulo.
