Religião

“Cantai ao Senhor Deus um canto novo”

(Sl 95,1)


Na conclusão do seu Evangelho, João diz que Jesus realizou muitos outros sinais que não estão escritos no seu livro. Os sete sinais que ele escolheu para narrar, têm a finalidade de despertar a fé em Jesus como o Messias, o Filho de Deus, e para que crendo, tenhamos a vida em seu nome (cf. Jo 20,30-31).

Em João 2,1-11, temos o relato do primeiro sinal, fato ocorrido em Caná da Galileia, durante uma festa de casamento, para a qual haviam sido convidados a mãe de Jesus, ele e seus discípulos. O imprevisto de uma carência – a falta de vinho, que limitava a alegria dos convidados, a cena chama a atenção para a incapacidade da Antiga Aliança em gerar a vida. Após o pedido de sua mãe, o Mestre interviu, transformando a água em vinho.

O sinal indica uma realidade maior: Jesus inaugurou a Nova Aliança, trazendo o vinho novo, em abundância. A novidade “Filho de Deus” e seu Evangelho geram alegria e esperança, ele é o verdadeiro esposo que trouxe o amor pleno e definitivo, a justiça e a salvação.

O Tempo Comum que estamos iniciando em nossa liturgia, nos convida a caminhar com Jesus em sua vida pública, celebrando e vivendo com ele a confiança e a certeza do amor de Deus. Sem ele, a nossa espiritualidade é como uma festa de casamento sem vinho, vai esmorecendo na mediocridade, no cansaço, na frieza e marasmo. Mas nas coisas de Deus não podemos nos acomodar, é preciso cuidado, zelo e esforço constantes. O remédio é convidar Jesus para as bodas de nossa existência, sua presença é sinal de alegria.

Que Maria, a representante daqueles que são fiéis a Deus, seja a nossa intercessora. “Fazei o que ele vos disser” (Jo 2,5), nos exorta a nossa mãe. O verdadeiro cristão é fiel a Jesus. Entrega-se a ele, por isso celebra com júbilo a festa de casamento, vive o tempo da consolação. Quem caminha com Jesus é pessoa nova, foi justificado por ele, recebeu a unção do Espírito Santo que distribui as graças “a cada um conforme quer” (1 Cor 12,11) e, na liberdade, responde com fidelidade aos deveres cristãos.
“Por amor de Jerusalém não descansarei, enquanto não surgir nela, como um luzeiro, a justiça e não se acender nela, como uma tocha, a salvação” (Is 62,1).

Minhas orações a todos.
Dom Paulo.

Dom Paulo Roberto Beloto

É Bispo da Diocese de Franca

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