Região

Ginecologista que faz parte da DRS VIII é acusado de atentado ao pudor; médico nega

O médico especialista em ginecologia e membro da DRS-VIII (Diretoria Regional de Saúde da 8ª região), MPM, está sendo acusado por uma paciente de atentado ao pudor. Um Boletim de Ocorrência foi registrado em São Joaquim da Barra, cidade onde o médico mora e presta atendimento. De acordo com o boletim registrado por JAMN, a suposta violência teria ocorrido durante exame em que pretendia realizar a retirada de seu DIU (Dispositivo Intra-Uterino). O médico nega qualquer abuso e diz que deverá se posicionar sobre o caso quando for informado judicialmente. “Fiquei sabendo dessa situação pelas redes sociais. Sequer fui intimado ainda a prestar esclarecimentos”, disse MPM.

De acordo com o BO, a mulher teria buscado a retirada do DIU em diversos médicos da cidade, após sua médica de rotina ter afirmado que a retirada deveria ser feita por método cirúrgico e que ela não realizava este tipo de procedimento. Ela teria, então, buscado a opinião de outros médicos até encontrar MPM. Durante o exame pré-operatório, ele teria ficado sozinho com ela na sala de consulta.

A mulher que acusa o médico afirma ainda no Boletim de Ocorrência que se sentiu constrangida por diversas vezes no momento da consulta. O médico teria afirmado que ainda tentaria a retirada do dispositivo por “pinçagem”. Na hora de subir na maca, a mulher teria sentido câimbras e relata que o médico, ao perceber, fez massagem em sua perna. Durante o procedimento de tentativa de retirada do DIU ela teria se queixado de dor e o médico disse ser normal e acariciado a parte interna de suas coxas. Segundo relatos no BO ela também teria tentado se levantar da maca, pedindo permissão para o médico, que negou dizendo que faria mais exames. Nesse momento ela alega ter visto que o médico estava sem luvas.

Os relatos ainda dão conta de que ao realizar exames de toque em JAMN, o médico, já de luvas, teria tocado em seu clitóris, o que causou estranheza e a deixou desconfortável. “Ele retornou e ainda efetuou um exame de toque, porém diferente do que a declarante entende por comum, pois normalmente em exames dessa natureza o profissional toma muito cuidado, mas no caso ele chegou a encostar a mão no clitóris dela. Que extremamente constrangida ela deixou o local, porém sentiu que teve sua privacidade invadida e que as atitudes do profissional foram abusivas”, revela o trecho do BO.

Defesa

Procurado pela Folha de Franca, o médico MPM declarou que ainda não foi notificado sobre a denúncia e que soube do caso através das redes sociais. “Sequer fui intimado ainda a prestar esclarecimentos. Por isso prefiro tomar conhecimento judicialmente e depois, sim, me manifestar. Já estou tomando as medidas necessárias para que tudo isso se esclareça e a verdade prevaleça. Muito triste quando vc é condenado pelas redes sociais sem sequer ser julgado, ou melhor, sem se quer ser ouvido”, disse o médico em resposta por aplicativo de mensagem.

O médico faz parte da DRS-VIII e informou que está se afastando do cargo. “Estou me afastando da DRS para poder mostrar com mais propriedade e tempo a verdade dos fatos”, informa.

Alessandro Macedo

É jornalista e editor da Folha de Franca

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