Socorro, pai, ao PAE

Ao dar um click no botão de play, verá que o assunto é sério.
E o que você tem a ver com o conteúdo do podcast ‘Lideranças em Foco’ poderá lhe surpreender.
Uma pitada da complexidade e extensão de uma parte significativa do tema, segundo o portal https://diariopcd.com.br/:
“Em termos de números, em 2022, tínhamos um total de 47.304.632 alunos matriculados na educação básica, sendo 1.771.430 matriculados na educação especial em classes comuns. No ensino superior, um total de 9.444.116 matrículas, e 79.262 alunos com necessidades especiais matriculados. Ou seja, a representatividade de alunos com deficiência na educação básica é de cerca de 3,7% e, na no ensino superior não a chega a 1%”.
Na entrevista, conduzida com desenvoltura e domínio pelo ex-vereador e ex-prefeito Gilmar Dominici (mandatos de 1997 a 2004), que ocupa os cargos de 1º Tesoureiro e Vice-presidente de Relações Institucionais da ABM – Associação Brasileira de Municípios, temos duas convidadas nos estúdios do Notícias de Franca – a sua Folha. Sem rodeios e com conhecimento de causa e das causas da Educação Especial, falarão de uma mudança de impacto nesta área do sistema de ensino do estado: Professora Regente Priscila Cintra e a mãe atípica, Luciana Alves, servidora do judiciário estadual.
Tudo começa quando, no segundo semestre do ano passado, o governador Tarcísio de Freitas, por sua Secretaria da Educação, decide que vai mudar a forma de atuação dos profissionais que são responsáveis por auxiliar estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras deficiências dentro das escolas paulistas.
Esses são os “Profissionais de Apoio Escolar para Atividades Escolares”, ou PAE-AEs, mas que, para diretores, professores, alunos e pais e responsáveis por estes, são compreendidos por sua formação de grau universitário e funções desenvolvidas, com louvor, nas salas de aulas. Daí a sigla, aparente e capciosamente alterada, traduzir Professor de Apoio Escolar, PAE.
A sutileza da troca dos termos professor para profissional poderá refletir na precarização da educação especial no estado mais rico do país.
Terceirização das atividades dos professores auxiliares, que atendem a esse público discente, é o que temem as entrevistadas.
A substituição de um profissional de formação universitária – e, em geral, com especialidades em sede de pós-graduação – por um de nível médio, pode e deverá redundar em economias para os cofres do estado.
O produto é outro. Educação. Investimento na educação e formação de pessoas com deficiência e transtornos, com o do TEA.
Por simples atos normativos e decretos, baixa-se uma mudança que pode sim, mudar, para pior, em previsível e desastroso retrocesso, todo o esforço de interação e de inserção de alguns milhares de crianças e de adolescentes de São Paulo.
Em Franca, as suas escolas públicas, em torno de 65, têm sido o terreno das discórdias e dos debates tardios porque as determinações vieram e vêm sendo implementadas de cima para baixo.
Luciana e Priscila confiam no crescimento do movimento pelo restabelecimento dos PAEs em sua configuração original. Já usaram da palavra na ‘Tribuna Livre’ da Câmara Municipal de Franca. Apostam que professores regentes e professores auxiliares e os pais de alunos vão conquistar mais munícipios e a capital nessa resistência.
Quem entende de PAEs são as mães; e os pais.