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Novos agravos superam a cadeirada eleitoral

A cadeirada de José Luiz Datena (Psdb) em Pablo Marçal (Prtb) – ocorrida no domingo, durante o debate dos candidatos a prefeito de São Paulo, na Tv Cultura – ocupou grande espaço na mídia e nas redes sociais. Mas a tendência é que agora perca espaço para os desdobramentos do próprio episódio. No debate da RedeTV, ontem (17) de manhã, a contenda ganhou novos contornos e dimensões. Datena e Marçal continuaram se estranhando e o prefeito Ricardo Nunes (Mdb) acabou discutindo forte com Marçal. Os dois acabaram numa gritaria e acusações, pelo que foram advertidos. Regina, a mulher de Nunes, sentindo-se ofendida, postou nas redes video onde defende o marido e acusa o adversário. Guilherme Boulos (Psol) foi alfinetado por Marçal. Ainda em ritmo de desentendimento, Tabata Amaral (Psb) e Marina Helena (Novo) trocaram farpas.

Vale esclarecer que não estamos citando acusação ou ofensa produzidas no debate porque seria como chover no molhado. Tudo já está

ão estampado no noticiário e nas redes. E o objetivo deste artigo não é potencializar os ataques, mas mostrar o clima pesado reinante entre os homens e mulheres que pretendem governar nossa cidade.

PARDAL

O “climão” não ocorre só em São Paulo ou outras capitais ou cidades de porte. A Justiça Eleitoral recebeu mais de 35 mil denúncias via aplicativo Pardal em todo Brasil desde o começo da campanha, revela levantamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Só no Estado de São Paulo, são quase 7 mil informações de campanhas com possíveis irregularidades, que vão desde recebimento de lanche com santinho de candidato colocado na sacola, adesivo em ponto de ônibus, bandeiras e placas em casas de apoiadores até pedido de voto em repartição pública.

A partir do momento em que as denúncias se tornam ações, o Ministério Público Eleitoral (MPE) emite parecer e, em caso de propaganda eleitoral irregular, a Justiça determina prazo de 48 horas – na maioria dos casos – para que o candidato alvo regularize a situação.e até abertura de inquérito em casos mais graves. Em São Paulo, tramitam cerca de 250 processos originários de denúncias do aplicativo, que garante confidencialidade dos dados do denunciante para evitar, por exemplo, represálias. Os citados costumam negar irregularidades e dizem acreditar que as denúncias partem de opositores políticos e desafetos.

O Pardal foi criado pela Justiça Eleitoral para que populares possam enviar supostas irregularidades encontradas durante campanhas eleitorais. De acordo com o TSE, “dentro do aplicativo, há um botão que direcionará as pessoas denunciantes para o Sistema de Alerta de Desinformação Eleitoral (Siade), quando a queixa envolver desinformação, e para o Ministério Público Eleitoral, se o assunto estiver relacionado a crime eleitoral ou outros ilícitos eleitorais”. O programa é conseguido pelos interessados nas lojas de aplicativos ou no site do TSE.

Quanto às desinteligências entre os candidatos, esperemos os próximos debates. E que os organizadores acautelem-se e, se necessário, adotem medidas mais rígidas para evitar excessos e a fuga dos participantes do objetivo primordial de mostrar os seus planos ao eleitorado.

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

É dirigente da Aspomil (Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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