Religião

Humildade e espírito de serviço

Por Pe. Alessandro Marcos de Souza

No evangelho de Mt 23,1-12, o Senhor descreve na sua crua realidade como os escribas e fariseus se sentavam na cátedra de Moisés e, preocupados somente consigo próprios, abandonaram os que lhes haviam sido confiados, as pessoas simples que andavam maltratadas e abatidas como ovelhas sem pastor. Só lhes interessavam os primeiros lugares nos banquetes, os seus filactérios e as suas franjas, os cumprimentos nas praças e que os chamassem mestres.

Haviam sido constituídos como sal e luz do povo de Israel, e tinham deixado o povo sem sal e sem luz. Eles próprios estavam às escuras. Tinham trocado a glória de Deus pela sua própria glória: faziam todas as suas obras para serem vistos pelos homens.

A soberba pessoal e a busca da vanglória tinham feito com que perdessem a humildade e o espírito de serviço que caracteriza os que desejam seguir o Senhor.
Cristo previne os seus discípulos: Vós, porém, não vos façais chamar mestres… O maior dentre vós seja o vosso servo. E Ele mesmo mostrou constantemente o caminho: Pois quem é o maior: aquele que está sentado à mesa ou aquele que serve? Não é aquele que está à mesa? No entanto, eu estou no meio de vós como quem serve. (Lc 22,27).

Sem humildade e espírito de serviço, não é possível viver a caridade. Sem humildade, não há santidade, pois Jesus não quer ao seu serviço amigos do peito inchado: Os instrumentos de Deus são os humildes.
Nos pequenos serviços que prestamos aos outros não há lugar nem motivo algum para a autocomplacência, pois quem verdadeiramente faz as coisas é o Senhor. Sem a graça, de nada serviriam os maiores esforços: Ninguém pode dizer Jesus é o Senhor senão sob a ação do Espirito Santo.
Somente a graça pode potenciar os nossos talentos humanos e levar-nos a realizar obras que estão claramente acima de nossas possibilidades. E Deus resiste aos soberbos e dá a sua graça aos humildes.
Devemos estar vigilantes, porque a pior ambição é a de procurarmos a nossa própria excelência, como fizeram os escribas e os fariseus; a de nos procurarmos a nós mesmos nas coisas que fazemos ou projetamos.

A nossa oração pessoal nos ajuda a examinar, na presença do Senhor, como é o nosso relacionamento com os outros e se está repleto de humilde espirito de serviço. Então, ore!

Pe. Alessandro Marcos de Souza é Pároco da Paróquia Santo Antônio, de Rifaina, SP

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