Supermercado São Paulo: 52 anos de uma história que já é patrimônio de Franca
Por Vitor Hugo Ferreira
Um dos estabelecimentos comerciais mais tradicionais de Franca, o Supermercado São Paulo, completa 52 anos de existência nesse mês de julho. Conhecido por sua enorme diversidade de produtos – alguns bem pouco convencionais para um supermercado – e por “não fechar nunca”, o supermercado viveu nesse período de pandemia um raro momento de restrição, quando precisou fechar por dias seguidos.
Tão conhecido quanto o supermercado é seu proprietário, o folclórico senhor Aparecido Maldonado Ponce que, aos 83 anos, segue firme e forte à frente da loja. Ao seu lado, tocando os negócios, estão os três filhos: Aparecido Júnior, Daniel e Alexandre, frutos de seu casamento com Maria Normal Costa Maldonado.
O supermercado São Paulo tem uma marca tão forte pelo fato de estar “sempre aberto” que, durante o período de lockdown decretado na cidade (entre 27 de maio e 10 de junho desse ano, quando praticamente tudo teve que fechar para reduzir o contágio pelo coronavírus) “sêo” Aparecido virou figurinha constante nos grupos de WhatsApp. A brincadeira vinha sempre acompanhada da frase “Não fecho” fazendo alusão justamente à fama de manter o São Paulo sempre de portas abertas. Mas, ao contrário do que a brincadeira poderia sugerir, “sêo” aparecido sempre foi favorável ao fechamento em prol do bem-estar social na luta contra o vírus. “É lei, a gente tem que obedecer. Às vezes muitos não gostam. Mas precisamos obedecer. E o importante é que de fato melhorou. Valeu a pena. Foi melhor pra população.”
O supermercado que carrega o nome do santo católico carrega a fama de “nunca fechar” porque seu horário de funcionamento é, de fato, muito mais estendido que o normal. Quem precisa fazer compras muito cedo ou já precisa resolver algo no final da noite, sabe que pode contar com o supermercado aberto. O São Paulo abre às 6h e encerra os trabalhos às 23h.
Quanta à fama de ter uma grande variedade de produtos, essa, sim, é 100% verdadeira. Do tradicional arroz e feijão até gaiola para pássaros, ratoeiras, tampas para potes, potes sem tampas e entre outros, é possível encontrar de “quase tudo” no supermercado. O próprio Aparecido faz questão de manter em estoque as coisas mais inusitadas, para atender as necessidades ou alguma urgência de sua clientela e elenca algumas. “Ferramentas em geral, torrador de café e até produtos agrícolas, são itens que só se encontraria em uma loja segmentada. Mas nós temos aqui”, diz, orgulhoso.
“Sêo” Aparecido, que nasceu em Restinga, mudou-se com a família para Franca quando era adolescente e aqui se formou torneiro mecânico, na Industrial, em 1956. Mas sua vocação sempre foi o comércio. Começou no varejo em 1957, quando abriu uma pequena quitanda de verduras. Posteriormente, teve uma mercearia. Depois se mudou para o famoso endereço na Presidente Vargas, 170, onde segue até hoje, ultrapassando o meio século de história.