Inspirados
Origem-Destino
Raiava ainda o sol
Com tonalidade de girassol.
Fomos ao penumbroso quarto
Que de gerações estava farto.
Preocupados com a idosa amiga
Quase centenária, antiga,
Nem notamos o carrinho ao lado
Com o bebê em sono folgado.
A degeneração de memória
A apagar tanta história!
A sequência da descendência
Na lenta e paralela coexistência.
O esquecimento do recente
A ela traz passado reticente,
Que falado, vira repetido,
A deixar o amoroso comovido.
Ali, no mesmo familiar espaço,
A luz acesa é a do regaço,
Cultivado pela avoenga segurança
Da felicidade de ser criança.
Linda história… parece que já vivenciei..
É, estimada amiga. Cada verso desses carrega um muito de verdade do inverno daquela idosa valetudinária que, privada de lucidez, tinha o espírito aquecido pelo angelical bebê que a ladeava em arrebatadora paz.
Lindo e tocante poema! Me faz lembrar da minha avó, dona Maria dos Remédios Robles Gabriotti. Linda…. Obrigada Dr. Théo, por nos trazer lindas e aconchegantes memórias, porque, mesmo se parecem tristes, são lindas quando se referem a quem amamos, até os lapsos de memória, são motivos de risos, alegrias e saudades….
Se um dia ficarmos esquecidos, não nos esqueçam, por caridade. É isso, Márcia. Obrigado.