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Rumo ao tempo das decisões

O presidente Lula falou forte em seu discurso na 28ª COP (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), realizada em Dubai. Chamou o mundo a ajudar na conservação da Amazônia. Criticou guerras e, de quebra, passou pela Europa para tentar trazer na bagagem o acordo da União Europeia com o Mercosul, mas encontrou a pedra colocada, pela França, no seu caminho. Tenta ainda a parceria da Alemanha e espera trazer algo na bagagem. Podemos dizer que foi um ano em que o nosso chefe de Estado passou com suas atenções voltadas para o mundo e nem sempre foi bem compreendido. Quando emitiu suas opiniões – especialmente as embutidas em discursos de improviso – foi alvo de protestos como na guerra Israel-Hamas, onde recebeu criticas por ficar em cima do muro.


Lula deve acautelar-se para que os países que vierem a ajudar na Amazônia não tentem subverter a soberania brasileira sobre aquele território. Para não viajar em idéias de jerico defendidas por alguns ecologistas tanto na Amazônia quanto na exploração de petróelo na foz do grande rio e para outras questões que só tem servido de proselitismo e caça-votos mas não têm qualquer sentido prático ou interesse para a Nação. Outra coisa: deveria ser mais cauteloso e evitar ser usado como ponta de lança e apoio às ditaduras de Cuba, Nicarágua e Venezuela. Não precisa rechaçá-las, mas não há porque avalisá-las.


Acreditamos que o atual mandato presidencial chegou a um ponto de ruptura. Vemos o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quebrando lanças para conseguir a reforma tributária e esta patinar no Congresso Nacional. Dificilmente conseguirá tudo aquilo que o governo almeja. O veto à desoneração aos 17 setores que mais empregam poderá ser a primeira grande derrocada no Congresso Nacional. Economistas preocupam-se ao ver a gastança – justificada ou não – e advertem para a necessidade de economizar. Parece ter chegado a dura hora da verdade, comum depois que se esgotam as festas de chegada ao poder.


Espera-se que Lula aperte a mão estendida de Javier Milei e Brasl e Argentina possam construir – ou aumentar – boas relações econômicas e até políticas, apear da diferença ideológicas entre os dois mandatários. Muitas das vezes é mais fácil traçar uma linha respeitosa e produtiva de convivência com os diferentes do que com aqueles que têm pensamento e atitudes semelhantes às nossas. A posse em Buenos Aires ocorrerá no próximo domingo. Espera-se que o Brasil esteja bem representado e traga uma mala cheia de esperanças.


O quadro que vivemos hoje é resultado das venturas e desventuras da democracia que construímos a partir de 1985 – ano em que os militares de 1964 devolveram o poder aos civis. Além da sustentação do discurso democrático, tivemos muitas mudanças e experimentos. Por conta do proselitimo político-ideológico, vivemos hoje a polarização onde os adversários políticos comportam-se como inimigos. Há o sistema de colalizão, onde o governo distribui benesses e com isso adquire os votos que necessita para aprovar seus projetos no Congresso Nacional. Inchamos o número de partidos políticos, tendo 30 registrados e mais 70 com pedidos de registro.

Vivemos a “guerra” entre os poderes da República. Tudo isso forma um quadro onde são exigidas profundas reformas que os poderes não conseguem fazer avançar. Há, até o discurso pela convocação da uma nova Constituinte, procedimento rejeitado por todos os que estão no poder.
Nós, do povo, num momento como esse, só podemos adotar uma posição. Torcer para que governantes, parlamentares e todos os detentores de alguma forma de poder tenham muito juízo e conduzam a Nação a um porto seguro, que atuamente ainda não conseguimos visluimbrar…

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

É dirigente da Aspomil (Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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