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O petróleo, a guerra e a esperança

O Oriente Médio está a 10 mil quilômetros de distância do Brasil. Mas os acontecimentos de lá impactam diretamente o bolso dos brasileiros. A instabilidade da região tem como primeira consequência a alta no preço do petróleo, pois os países produtores deixam de garantir o fornecimento e a possibilidade de escassez eleva o custo. O Oriente Médio detém as maiores reservas petrolíferas em exploração e, mesmo quando não abastece diretamente uma região, nela influencia através do preço internacional das comodities.


O ataque de Israel ao Irã, noticiado na noite da quinta-feira coloca o mundo sob ameaça. Não dá 3º Guerra Mundial, como pensam alguns, mas da majoração do preço das mercadorias e serviços, pois o petróleo é o insumo básico do transporte, da indústria petroquímica e de toda a economia. Afinal, todas as mercadorias (e também a população) dependem de transporte. Se eleva o valor do combustível, sobe tudo.


Ainda não temos uma leitura detalhada do que os mísseis israelenses provocaram em solo iraniano e nem a reação concreta dos atacados. Noticia-se, no entanto, que caíram sobre uma região de produção nuclear, o que é um complicador. Mas, devemos considerar que não faltarão bombeiros para apagar esse incêndio, visto que a região está próxima da Europa e dirigentes da região já têm se movido até Israel para tentar baixar a temperatura. O mesmo se fala dos presidentes Joe Biden (EUA) e Valdemir Putin (Rússia). Afinal, ninguém quer ter um conflito na porta de casa ou ser culpado de não ter atuado para alcançar a paz. A China (de Xi-Jinping), também, deverá atuar como apagador do incêndio que ameaça convulsionar a economia mundial. E certamente conseguirão mais alguns anos de relativa paz.
Ao mesmo tempo que vemos as possíveis consequências de uma guerra que não provocamos – seu risco é permanente na região – não devemos esquecer dos problemas nacionais.

Os informes sobre o desempenho da economia brasileira e a falta de consenso dos Poderes para as reformas é a dificuldade maior para o Brasil do que a troca de bombas, mísseis, drones e outras artefatos bélicos entre Israel, Irã e vizinhos. A falta de solução aos nossos problemas econômicos poderá nos impactar por anos seguidos e causar o desconforto da população, especialmente da parcela de menor poder aquisitivo. Torcemos para que governo, congressistas e todos os detentores de algum poder encontrem a fórmula que permita chegarem a um ponto de equilíbrio e o País possa avançar.


Preocupa a falta de entendimento e principalmente a guerra entre os partidos e ideologias. Em vez de se enfrentarem pelo lado destrutivo da ação, o melhor seria que atuassem no polo positivo, tentando ganhar do adversário pela melhor proposta e não pelo escândalo produzido. Até porque, tudo o que se faz tentando prejudicar o oponente não constrói a prosperidade, mas o ódio.


No domingo (21 de abril) o País reverencia Tiradentes, o mártir da Independência. Há 232 anos, o revolucionário alferes morria enforcado por lutar pelo Brasil independente e, principalmente, por melhorias na condição de vida ao povo. Na segunda-feira (22), transcorre o 524º aniversário do Descobrimento (22/04/1500). Pensem todos nessas duas efemérides. Nas expectativas que os descobridores fizeram ao desembarcar das caravelas (‘nesta terra, em se plantando tudo dá’) e no sacrifício de Tiradentes. Isso sem falar de centenas de outros exemplos perdidos no calendário.

Vamos olhar preferencialmente para nós mesmos e buscar a melhor forma de contribuir para o seu sucesso e bem-estar da Nação. Não permita, Deus, que a guerra se instale no Oriente Médio e em qualquer ponto do planeta; e nos apoie para alcançarmos o sonhado destino venturoso do Brasil. Que o bem e a concórdia sejam mais fortes…

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

É dirigente da Aspomil (Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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