São Paulo teve o desprazer de assistir um grupo de jovens que se dizem secundaristas invadir o plenário da Assembleia Legislativa e parar a sessão com o propósito de impedir a votação do projeto, de autoria do governador, que institui a escola cívico-militar. Ousadia desmedida essa de impedir o trabalho do Poder Legislativo, quando os deputados já estavam na fase de votação do projeto. É desconhecimento rançoso. ideologico e antidemocrático querer parar o funcionamento do Poder Público, ali representado pelos parlamentares. Os temas são colocados em análise e discussão, os representantes do povo, eleitos para esse fim, têm o direito de ser favoráveis ou contrários e a maioria vence. É assim que funciona o Parlamento. A escola cívico-militar, apesar do incidente, foi aprovada por 54 votos favoráveis e 21 contrários. Agora compete ao governo instalá-las conforme a demanda da comunidade.
Em 1954, entrei para o então jardim da infância. Era um tempo em que o País vivia a mais ampla democracia (1945/64) e as escolas serviam-se de estrutura derivada do militarismo para o controle de seus trabalhos. Antes de entrar na sala de aulas, os alunos eram enfileirados no pátio, ouviam o Hino Nacional e seguiam, como numa marcha ao local de estudo. Em sala, só se sentavam depois da ordem do professor e se levantavam sempre chegava algum visitante. Desfilavam nas datas cívicas e eram ensinados a reverenciar a bandeira e demais símbolos nacionais. Respeito e hierarquia eram pontos de honra, nos mesmos moldes cultivados no militarismo. Havia, inclusive, escolas onde os alunos dos diferentes níveis levavam em seus uniformes pequenas faixas à semelhanda das divisas militares. O professor era respeitado e, mesmo com toda sua autoridade, respeitava o aluno a que tinha orgulho de formar e preparar para a vida.
Enganam-se os que pensam que a escola cívico-militar vai transformar-se num quartel ou ensinar militarismo. O que vai ocorrer é apenar a cultura do civismo, da hierarquia e do respeito entre os membros da comunidade escolar. Nela não haverá professor agredido por alunos e nem alunos por professor. Também não se ensinará militância político-ideológica. E, por uma questão de disponibilidade, militares desde que sejam professores e com tempo poderão ser admitidos para funções estruturais e disciplinares. Afora esse aspecto organizacional, todo o currículo de ensino será o mesmo das demais escolas, mesmo as que não aderirem ao sistema.
É preciso compreender que o meio militar possui muitas coisas que podem fazer bem à população, notadamente na convivência, companheirismo e urbanidade. Não há porque não aproveitá-las no meio escolar, principalmente no atual estado de coisas em que as pregações ideológicas e políticas esgarçaram as boas relações entre alunos, seus familiares, professores e servidores da rede de ensino. Ainda mais: adotar ou não o sistema cívico-militar será uma decisão facultativa da comunidade escolar, que o fará (ou não) de acordo com suas conveniências. Observa-se que os alunos do sistema têm melhores condições de aprendizado e oportunidades para ascender e outras oportunidades.
Vale observar que esco.escola cívico-militar é um nome dado o sistema aqui no Brasil, mas ele se faz presente na rede escolar dos países mais desenvolvidos do mundo que não foram corroídos pela irresponsável ideologia esquerdista e se respeita a bandeira, os símbolos nacionais, o professor, princípios e especialmente o ser humano.
Do episódio na Assembleia Legislativa, resta-nos apenas uma singela reflexão. Que reprimenda mereceriam os que invadiram a sede do Poder e atrapalharam a atividade dos representantes do povo? Arroubos dessa natureza tornaram-se cada dia mais arriscados, principalmente depois dos episódios de 08/01/2023 em Brasilia, cujos invasores dos palácios dos Três Poderes, que nem estavam em funcionamento, pois era um domingo, estão recebendo condenações a penas que vão até 17 anos de prisão. Acautelem-se, jovens e incentivadores, pois impedir o trabalho da Assembleia ainda poderá vir a ser classificado como ato antidemocrático…