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Dilúvio da ineficiência

O Brasil desperdiça 6 mil piscinas olímpicas de água tratada por dia em cenário de crescentes desafios climáticos.

Acha que é pouco?

Abramos aos comparativos para o escancaramento do despreparo e mau uso do que deveria ser investimento nesse Brasilzão de meu Deus!

O volume total de água não faturada em 2023, aproximadamente 5,8 bilhões de m³, equivale ao desperdício diário de 6.346 piscinas olímpicas de água tratada ou ao conteúdo de 21.153.224 caixas d’água domésticas, cada uma capaz de atender uma família de 5 pessoas durante um dia.

Em anos seguidos de crise hídrica, considerando-se somente as perdas com vazamentos, o volume perdido de mais de 3 bilhões de m³ seria o suficiente para abastecer aproximadamente 50 milhões de brasileiros em um ano.

Paella

O volume poderia abastecer toda a população da Espanha. Com esse mesmo volume seria possível abastecer os 17,2 milhões de brasileiros que vivem em comunidades vulneráveis por quase dois anos.

A inadiável redução dos atuais 40,31% aos 25% previstos pela Portaria 490/2021, economizaria 1,9 bilhão de m3 de água, o equivalente ao consumo médio de aproximadamente 31 milhões de brasileiros em um ano, 92% da quantidade de habitantes sem acesso ao abastecimento de água em 2023.

Regiões de goela seca

Norte (49,78%) e Nordeste (46,25%) são as regiões com os maiores índices de perdas na distribuição.

Alagoas (69,86%), Roraima (62,51%) e Acre (62,25%) são os estados que mais perdem água na distribuição.

Treze dentre os cem municípios mais populosos do Brasil atendem às metas de até 25% em perdas na distribuição e 216 L/ligação/dia em perdas por ligação. Dentre eles Santos (SP), Duque de Caxias (RJ), Goiânia (GO), Maringá (PR) e Teresina (PI).

Antecedentes negativos

Mais da metade da água tratada em Ribeirão das Neves, na Grande Belo Horizonte, a capital mineira, não chega às casas. No levantamento do Instituto Trata Brasil, o município ocupa a 4ª posição no ranking nacional de desperdício, com 57,6% de perdas. Betim aparece em 9º lugar, com 54,3%.

Em preto e branco

Uma família precisou ser resgatada, de dentro de casa, anteontem, após o rompimento de uma adutora da COPASA, no bairro Xangri-lá, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Havia cinco pessoas no imóvel, mas ninguém ficou ferido.

O Corpo de Bombeiros relata que o rompimento do cano provocou o alagamento de cômodos da residência e causou avarias na estrutura. Com a força da água, parte do teto do imóvel cedeu e a fiação elétrica se partiu.

Cá entre nós. O comunicado dos Bombeiros é parcial em todos os sentidos. As imagens do filminho[i] exibem o gigantesco e apavorante volume de água tratada explodindo do asfalto para o alto, para além dos sobrados verde e amarelo.

Não existem coincidências. Será?


[i] @jornalhojeemdia

Dr. Theo Maia

Advogado Previdenciarista (OAB-SP 16.220); sócio-administrador da Théo Maia Advogados Associados; jornalista; influenciador social; diretor do Portal Notícias de Franca; bacharel em Teologia da Bíblia; servo do Senhor.

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