Academia Francana de Letras
Conforme noticiado por esta Folha, fui eleita ao lado dos escritores Baltazar Gonçalves e Regina Bastianini, ao título de imortal, na última semana, pela Academia Francana de Letras, para ocupar a cadeira 16, da patronesse Evelina Gramani Gomes, escritora francana que foi um marco na literatura e na saúde da cidade.
Muito honrada pela titulação, respondendo ao convite do presidente da casa, dr. Lourenço José Alves, que trabalha também sob a perspectiva da preservação da memória dos literatos locais, trago aqui, para quem não conhece a escritora em questão, alguns dados biobibliográficos.
Evelina Gramani Gomes
Filha dos imigrantes italianos Vicente Gramani e Letícia Barci Gramani, Evelina Gramani Gomes nasceu em Franca no dia 11 de setembro de 1896. Estudou no Grupo Escolar “Coronel Francisco Martins” e depois formou-se professora em São Paulo (SP), na Escola Normal Caetano de Campos. Sua atuação na área da Saúde é sublinhada pelos serviços que prestou como enfermeira chefe do grupo de voluntários da unidade francana da Cruz Vermelha, durante a epidemia de gripe de 1918. Também prestou serviços na profilaxia da lepra, na Rede Feminina de Combate ao Câncer, no cuidado aos portadores de Doença de Chagas, na assistência e remoção dos tuberculosos pobres para hospitais especializados.
Educadora, voluntária da saúde e escritora
Foi professora por 12 anos no mesmo Grupo onde iniciou seus estudos. Casou-se com Modestino Gomes e teve os filhos Maria Aparecida Della Torre e Sebastião Leone de Melo Barros. Em Franca, foi presidente da Legião Brasileira de Assistência – LBA. Como escritora, foi membro da UBE-União Brasileira de Escritores e trouxe a Franca nomes expressivos das letras nacionais para palestras e colóquios.
Escreveu os livros: “O pecado de Dionísia”; “O destino e três mulheres”; “Os filhos mandam”; “Mara” e “Um caso de família”.
Elogiada
Seu nome figura como verbete da Enciclopédia de Literatura Brasileira, organizada por Afrânio Coutinho, em 1990. É também verbete da União Brasileira dos Escritores e do “Dicionário Crítico de Escritoras Brasileiras”, organizado por Nelly Novaes, em 2002.
Foi elogiada por escritores ilustres como José Lins do Rego e Austregésilo de Athayde.
Faleceu nesta cidade em 22 de novembro de 1986.