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A luta contra a carestia, antiga e demagógica

Todos nós, os brasileiros, estamos submetidos ao discurso do presidente Lula da Silva, que critica os juros praticados no mercado e, principalmente, a alta dos preços dos gêneros alimentícios, uma fala mais velha do que os mais idosos cidadão. Somos de opinião que o governo tem o crucial dever de trabalhar contra a inflação. Mas, o que temos visto não passe do proselitismo com o qual o presidente dá o pontapé inicial em sua campanha de 2026, quando pretende disputar o seu quarto período de governo, além dos dois (de Dilma Rousseff), onde atuou foi iminência parda.

É notório que os governos do Partido dos Trabalhadores caracterizam-se pelo perfil gastador. Distribuem milhares de irrisória, más eleitoreiras bolsas e auxílios à população de menor posse, sob o argumento de com isso estar matando a forme do povo. Pode até parecer ser verdade, mas falta algo mais para da mesma forma que inclui o indivíduo e sua família na assistência social, proporcionar-lhe o seguro e eficaz caminho de saída do programa por ter já deixado a situação de penúria, ficando o programa social restrito aos que efetivamente não conseguem o acesso à vida autônoma.

O governo também não tem conseguido implementar os cortes de gastos principalmente nos grandes salários pagos aos marajás da administração pública e a diferentes segmentos que por serem fortes e influentes têm poder de mobilização e reagem contra o corte de suas vantagens. O pagamento de rendimentos superiores a R$ 44 mil a servidores de alto escalão é uma ofensa aos demais e à sociedade pagadora de impostos. Ninguém pode ganhar mais do que os ministros do Supremo Tribunal Federal – diz a Constituição – mas encontrou-se a forma de burlar a legislação, classificando como auxílios o dinheiro vivo que o servidor recebe na mesma conta do contracheque. Isso é uma brutal ilegalidade.

Lula critica o Banco Central – por conta da alta de juros – e hoje repete as mesmas palavras que o brasileiro escuta há pelo menos um século sobre o preço da carne, do arroz, feijão, farinha e outros gêneros alimentícios. Até agora, no entanto não temos visto medidas concretas para a baixa dos preços. Pelo contrário, o fisco sempre que consegue, tenta aumentar os impostos das mercadorias mediante o argumento de que é preciso combater o déficit público.

Não devemos exigir que o governo faça milagres, mas que faça o mínimo para evitar o aumento do preços das mercadorias, sejam elas de primeira necessidade ou não. Mas, para ter a força necessária, o governante deve evitar gastos excessivos – existem centenas no âmbito governamental – e, em vez de viver às turras com o Parlamento para aumentar impostos (o que os senadores e deputados rejeitam) deveria pelo menos diminuir os tributos dos grãos e da carne consumida pela população. Não fazer compras desnecessárias como móveis de luxo, cascatinhas e outras desnecessidades nos palácios e repartições públicas.

Nada contra o operário que cresceu na vida e tornou-se a maior liderança política brasileira do presente – tanto que sonha com o quarto mandato. Mas ele próprio deveria ser mais discreto, evitar que sua mulher faça gastos que não se justificam e, em vez de negociar benesses com segmentos políticos – para aprovar seus projetos – desenvolver a austeridade no trato da coisa pública de forma a fazer com que o dinheiro arrecadado nos impostos seja suficiente para cumprir as obrigações e investir em obras e serviços que possam melhorar as condições de vida do povo. Só gritar contra a tabela de preços praticada pelos supermercados não é o bastante. É preciso reputar o dinheiro público da melhor forma possível e evitar gastos desnecessários. Do contrário, os discursos não passam de palavras ao vento que para nada servem.

Data Vênia, senhor presidente. Não fique batendo cabeça na tentativa de adaptar velhos esquemas anti-inflacionários para as necessidades atuais. Use a experiência administrativa do vice-presidente Geraldo Alckmin, que governou São Paulo por vários mandatos e nunca teve problemas nesse particular. Seus ex-auxiliares garantem que até o cafezinho ele pagava do próprio bolso, fazia questão que lhe devolvessem o troco e, como vantagem, nunca teve problemas e nem criticas nesse particular.

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

É dirigente da Aspomil (Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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