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A (inconveniente) guerra entre políticos e ideologias

O voto é a mais eficiente forma de um povo escolher suas lideranças (governantes, parlamentares, autoridades e administradores de clubes e entidades sócio comunitárias). Utilizada desde os primórdios, a escolha tem o objetivo de selecionar os mais capazes e indicados cidadãos para administrar o patrimônio pertencente a todos. Dentro do princípio democrático, onde a maioria elege seus representantes na certeza de que farão uma boa gestão.

Diz a história que o voto é praticado em mais da metade do planeta em muitos formatos que cada povo desenvolveu em sua formação social, cívica e estrutural. O Brasil, por exemplo, foi um dos primeiros a admitir o voto feminino, aqui criado em 1932 e só adotados anos ou ate décadas mais tarde em países então mais desenvolvidos. Também fomos inovadores criando o voto do analfabeto, incluso na Constituição de 1985.

O ideal seria não possuirmos analfabetos, convenhamos; nas já que existem, que votem por direito!. Hoje votam todos os brasileiros com idades a partir dos 16 anos. O voto é obrigatório entre os 18 e 70 anos de idade e facultativo aos 16 e 17 e a partir dos 71.

Há um extenso ordenamento legal para organizar e regular o voto e as eleições. Normas que chegam a engessar o processo em vez de facilitar sua execução. A disputa entre as diferentes correntes políticas é um dos complicadores. Em vez de se limitarem a trabalhar pela conquista dos votos, um número cada dia maior de postulantes perde parte do seu tempo empenhada em impedir as candidaturas dos adversários. Denunciam supostas irregularidades, faltas crimes eleitorais que muitas vezes são transformados em processos judiciais e até inelegibilidades.

A polarização, onde os opostos em vez de serem apenas contrários aos outros, os torna inimigos de padrão irreconciliável. Daí o surgimento das denúncias e demais ações onde um quer liquidar o outro, primeiro para eliminar a concorrência e, para vencerem a inimizade criada no terreno da disputa. Esses sentimentos e ações servem para deslustrar o processo eleitoral, que deveria ser visto como ato cívico e até solene e nunca como uma briga de indivíduos de índole duvidosa.

É necessário que os candidatos tenham moral e conduta ilibada e não padeçam de acusações de práticas criminosas tanto na vida pública quanto na pessoal, o que lhes garante a chamada ficha limpa. Porém, é extremamente nocivo o hábito da denúncia como forma de laceração. Dezenas – talvez centenas – de políticos já foram investigados, sofreram operações desumanas de busca e até de prisão e tempos depois os ilícitos não restaram provados. Isso é mau e desagregador a uma sociedade que se pretende vida solidária.

O eleitor tem verificado que basta alguém aparecer no cenário político com possibilidade de ter um bom desempenho nas próximas eleições, para surgir alguém com denuncias que podem inviabilizar a candidatura ou pelo menos atrapalhar sua consolidação. É uma infelicidade social, que deveria ter em seu bojo o principio da retorçam onde quem faz denúncias e não consegue prová-las é processado e pode ser condenado tanto à privação de liberdade quanto à indenização da vítima ou, no mínimo, prestar serviços comunitários.

Verifica-se, infelizmente, que no passar do tempo, a cena política tem se tornado mais cruel e de utilidade discutível à vida nacional. É preciso encontrar uma solução a Esse comportamento virulento e desleal.

Uma tarefa que deveria ser executada pelos políticos militantes – muitos deles prejudicados pelos maus hábitos que se pratica no meio – que deveriam se debruçar para o aperfeiçoamento do processo. A “guerra” entre candidatos e correntes políticas é extremamente prejudicial. Não tem qualquer utilidade, ainda, provoca a má imagem da classe política que, ao contrário do que temos visto nos últimos tempos, quando os eleitos e postulantes a postos públicos, em vez de respeitados, são severamente criticados e chegam a perder a oportunidade de prestar o serviço político à comunidade. Reajam, senhoras e senhores; não permitam que interesses subalternos prejudique um meio que, convenientemente operado, só pode fazer bem ao País e a toda a população.

Para evitar os maus hábitos, a classe política deveria evitar a deflagração das campanhas eleitorais com tanta antecedência. Terminara a eleição municipal do ano passado, todos já se movimentam pelas eleições gerais de 2026. Faltam quase dois anos e como a campanha e o pedido de votos são permitidos nos últimos meses antes do pleito, A única alternativa para sustentar o proselitismo é a denuncia – mesmo a falsa – e outros procedimentos que deslustram nossa vida eleitoral.

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

É dirigente da Aspomil (Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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