Religião

Entranhas de Misericórdia

No Próximo Domingo celebraremos o “Domingo da Divina Misericórdia”, por isso achei muito oportuno refletir sobre o tema entranhas de misericórdia.

Na Parábola do Filho Pródigo vemos o pai que aguarda o retorno do filho que pegou a sua herança e foi embora de casa. A imagem do pai do Filho Pródigo, é a imagem de Deus que sempre nos espera no umbral da porta do seu coração misericordioso, e quando nos avista vindo pela estrada da vida em farrapos, cheio de comoção, corre ao nosso encontro, nos abraça com carinho e nos beija com ternura. A Igreja também, que é Mãe e Mestra, nos acolhe a todos com entranhas maternas de misericórdia e quantas vezes também sai ao encontro de tantas pessoas que se encontram feridas, necessitadas de escuta, compreensão, amor e perdão.  

Mas eu não poderia falar de misericórdia, sem tratar também de um outro sinônimo que é a compaixão. Compaixão significa sofrer com, sofrer juntos, ou seja, não permanecer indiferente à dor e ao sofrimento alheio. Jesus desceu do barco e “viu uma grande multidão e encheu-se de compaixão por eles, porque eram como ovelhas sem pastor…” (Mc 6,34). O Deus que assumiu nossa humanidade em Jesus Cristo, se deixa comover pela miséria humana, pelo nosso sofrimento. Em grego, o verbo que exprime compaixão, deriva da palavra que se refere as vísceras ou útero materno. É semelhante ao amor de um pai e de uma mãe que se comovem profundamente pelo seu filho ou sua filha. Deus nos ama com compaixão e misericórdia e é desta compaixão que precisamos hoje, para vencer a globalização da indiferença.

Neste contexto podemos citar aqui as “obras de misericórdia” da tradição cristã. Falo aqui mais especificamente das obras de misericórdia corporal: dar de comer aos famintos; dar de beber aos sedentos; vestir quem está nu; acolher os peregrinos; visitar os doentes; visitar os presos; enterrar os mortos. Somos chamados a servir Jesus Crucificado em cada pessoa marginalizada, pois foi o próprio Jesus que disse: “Todas as vezes que fizerdes isso a um destes pequeninos, foi a mim que o fizestes”( Mt 25,31-46). Quero recordar aqui também as palavras de São João da Cruz: “No entardecer da nossa vida, seremos julgados quanto ao amor”.

Fonte: O Nome de Deus é Misericórdia, Conversa de Andrea Tornielli com o Papa Francisco.

Pe Mário Reis Trombetta

É vigário da Paróquia Cristo Rei, em Orlândia. Já atuou nas Paróquias Santana, São Crispim e Santa Rita de Cássia, em Franca. Fez Filosofia na Capelinha, com os Agostinianos e, em 1992, seguiu para Florença, Itália, e posteriormente, Madri, na Espanha, para concluir seus estudos. Retornou a Franca em 96 e foi ordenado padre em 98. Completa este ano 23 anos de sacerdócio.

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