Religião

Educação para o trânsito da vida, vivendo e convivendo com o outro

A vida tem caminhos estranhos, tortuosos, às vezes difíceis: um simples gesto involuntário pode desencadear todo um processo.(Caio Abreu)

Na estrada da vida, a única certeza que temos é de que um dia vamos nos deparar com a morte. Porém, enquanto isso não acontece, temos a oportunidade de fazer escolhas, tomar decisões, sorrir, chorar… A esses momentos damos o nome de presente. Viver é um presente!

              Assim, o presente é um momento em que temos a oportunidade de fazer escolhas, tomar decisões, sorrir, chorar, enfim, temos a oportunidade de viver.

Na fala do patriarca Jó, “nu saímos e nu voltaremos”, podemos entender que, na estrada da vida, somos todos iguais, tanto no início da caminhada como no final dela. Sucede que, para alguns a estrada é longa, para outros é curta, sendo que tantos nem mesmo sujam o pé de poeira, pois não têm ou tiveram a oportunidade de pisar na estrada. Nesta caminhada, muitos têm uma vida longa, porém pequena, enquanto que outros têm uma vida curta, porém grande.            

NO TRÂNSITO TODOS SÃO IGUAIS

Ilustração: https://www.educacao.sp.gov.br/semana-nacional-transito/

              No trânsito, todos são colocados sob as mesmas condições. Todos são informados do que é certo e do que é errado, para que assim possam melhorar o tráfego entre as pessoas. Dessa forma, todos têm os mesmos direitos e obrigações.

              Lembro-me de quando adquiri meu primeiro carro, um corcel 72. Peguei a estrada e percebi que, embora o meu carro fosse um pouco envelhecido, quando o sinal abria, até mesmo os carros zero km paravam para que meu Corcelzinho passasse. Percebi então que, no trânsito, independente da cor, modelo, marca, do ano de fabricação, todos devem respeitar o outro, e que quando isso não acontece, acidentes são provocados.

              No trânsito da vida, a situação é semelhante, pois quando não respeitamos o espaço do outro, provocamos acidentes e despertamos incidentes com consequências muitas vezes irreversíveis.

              Nesse contexto, é importante ressaltar que os principais conflitos acontecem na família, dentro dos nossos lares. Portanto convém lembrar que a família não é composta só de uma pessoa e que todos precisam opinar, expor sentimentos e ser ouvidos, mesmo que sejam aqueles que incitaram a discórdia. Tendo empatia, fica mais fácil transitar nesse ambiente tão fundamental para cada um de nós.

              Em sua caminhada pela vida, Jesus nos ensinou que a vida do outro é tão importante quanto a nossa. Na parábola do bom samaritano, ele demonstra que grande parte das pessoas, até mesmo as que se dizem religiosas, circulam pela vida pensando apenas em sua própria vida.

              Aqui, cabe refletir que o indivíduo, que pensa apenas em si mesmo, ignora o fato de que relações precisam de compartilhamentos para se manterem sólidas e confiáveis.

              A PAZ NO TRÂNSITO COMEÇA EM MIM

O mês de maio de 2024 foi impactado pelo Movimento Maio Amarelo, com o tema “Paz no trânsito começa por você” com o propósito de difundir a mensagem de que o comprometimento com a segurança no trânsito é uma causa de todos nós. Ressaltando que a paz no trânsito é construída sobre os pilares do respeito, responsabilidade e empatia. Respeito às leis, aos sinais de trânsito e aos limites de velocidade; responsabilidade pelas escolhas de ação e reação diante de cada situação com as quais nos deparamos. Dessa forma, é imperativo que a mudança comece individualmente, mas que não pare por aí. É necessário que se torne um comprometimento coletivo, mantido por todos, todos os dias e obstinadamente.

Ao caminhar pelas estradas desta vida, o Mestre dos Mestres nos ensinou que nessa trajetória, a boa ação deve partir de cada um de nós:

“Tudo, portanto, quanto desejais que os outros vos façam, fazei-o, vós também, a eles: isto é a Lei e os Profetas”. (Mt 7,12)

Jesus convida a nos colocarmos no lugar do outro, assim como Ele fez, por nos amar, assumiu a nossa forma humana. Portanto, para transitar pela vida de uma forma sábia, é só nos perguntarmos o que esperamos dos nossos pais, dos nossos filhos, dos colegas de trabalho, dos chefes de governo, dos orientadores espirituais: acolhida, escuta, inclusão, sustento nas necessidades materiais, bem como sinceridade, perdão, encorajamento, paciência, conselho, orientação, instrução…

Para Jesus, no trânsito da vida, essas atitudes realizam todo o conteúdo da Lei de Deus e toda a riqueza da vida espiritual.

Pb. Daniel Vitor

É professor; psicopedagogo; escritor; compositor; teólogo; palestrante de temas familiares, cristãos e educacionais e Conselheiro Tutelar em Franca.

Um Comentário

  1. Aquele que também se chama “O Caminho”, nos orienta que o caminho nessa vida ser faz com responsabilidade e tolerância…

    Belo texto meu amigo Danielzinho.

    (Expressão da língua portuguesa no diminutivo que apenas os íntimos que amam proferem, rsrsrs)

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