A Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS) da Unesp em Franca realizou uma manifestação pública na última quarta-feira, 31, em defesa da democracia. O ato, segundo os responsáveis, foi uma resposta à “ordem alusiva ao 31 de março de 1964” assinada pelo novo ministro da Defesa, general Walter Souza Braga Neto, na qual o mesmo afirma que o golpe de 1964 deveria ser celebrado.
O texto “A morte, o arbítrio e a exceção não se comemoram” faz referência ao Ato Institucional nº 5 (AI-5), que fechou o Congresso e impôs a censura aos veículos de comunicação, às prisões ilegais, a tortura e os assassinatos ocorridos durante o regime militar, ignorados pelo novo ministro da Defesa.
“A manifestação divulgada pela Direção da Unesp Franca, com amplo apoio de docentes, funcionários e alunos, foi motivada por algumas “celebrações” marcadas para o dia 31 de março pelo país, inclusive uma fala do novo ministro da defesa, Walter Souza Braga Netto”, explicou Daniela Borges, da equipe de Comunicação e Relações Institucionais da Unesp Franca. “Como diz o conteúdo do documento, o golpe militar de 1964 não deve ser celebrado, mas sim servir de reflexão para que as atrocidades cometidas durante a ditadura militar não voltem a se repetir”, completou.
O documento, divulgado nas redes sociais da faculdade, foi compartilhado por centenas de pessoas, além de render diversos comentários parabenizando o posicionamento da instituição.
No mesmo dia em que foi publicado o texto em defesa pela democracia, um pequeno grupo em Franca realizava uma manifestação antidemocrática onde pedia intervenção militar junto ao Congresso Nacional (ato inconstitucional).
Não é a primeira vez que o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) celebra o golpe militar de 1964, o mesmo aconteceu nos dois anos anteriores.
