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Qual a posição dos políticos de Franca sobre a venda da Sabesp para a iniciativa privada?

Deputados por Franca, prefeito e presidente da Câmara Municipal foram procurados para manifestar seus posicionamentos

Tratada como a “joia da coroa” pelo governo do Estado de São Paulo, será votado logo mais, nesta quarta-feira, 6, às 19 horas, na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) o projeto que entregará à iniciativa privada a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo). O projeto será votado após pouca discussão e sem a participação da população, como a criação de um plebiscito defendido pela oposição que não quer a venda da empresa.

Em meio à discussão, alguns líderes políticos de Franca se posicionaram contrários à privatização enquanto outros não quiseram se posicionar sobre o assunto antes da votação ou não se opõem à privatização, mesmo não declarando abertamente sua preferência pela privatização.

Um dos que se posicionaram contrariamente à venda é o deputado Guilherme Cortez (Psol). O deputado tem atacado a venda da empresa desde sua candidatura. Sua postura durante seus discursos na Alesp, argumentando que a privatização será um retrocesso para o Estado, são duros e diretos. “A venda da companhia de saneamento básico de São Paulo deve provocar um aumento na tarifa e piora na prestação dos serviços”, afirma.

Além disso, Cortez afirma em vídeo que a Sabesp é uma empresa lucrativa, portanto, não haveria justificativa plausível para sua venda.

O vereador Gilson Pelizaro (PT), publicou um vídeo em suas redes fazendo um apelo para que os deputados estaduais por Franca não votassem à favor do projeto. “A Sabesp é um patrimônio da nossa cidade, referência internacional. A privatização será o sucateamento da Sabesp e o aumento das tarifas de água para os consumidores, visando apenas o lucro do empresário”, disse Gilson.

Já o prefeito Alexandre Ferreira se posicionou “neutro” sobre o assunto da privatização da Sabesp em vídeo publicado há um dia no Youtube. No víde, Ferreira afirmou não ser contra nem a favor à privatização e que “isto (privatizar ou não) é uma decisão que cabe ao governador”.

Segundo o prefeito, sua “luta” é para que Franca continue com serviços de tratamento de água e esgoto de alta qualidade. Veja o vídeo:

Foi enviada à assessoria do prefeito Alexandre Ferreira um pedido sobre o seu posicionamento direto sobre o caso, mas o pedido não foi respondido até o fechamento desta matéria.

A deputada Delegada Graciela (PL) foi procurada, mas sua assessoria de imprensa ainda não retornou com o seu posicionamento na votação desta quarta-feira. Graciela foi cobrada em vídeos nas redes sociais pelo deputado Guilherme Cortez e pelo vereador Gilson Pelizaro, para que se posicione contrária à privatização.

Na sessão desta terça-feira, 5, Graciela votou favoravelmente pelo encerramento das discussões sobre a privatização, o que ajudou a colocar o projeto para votação já nesta quarta.

O presidente da Câmara Municipal de Franca, Carlos César Buci, o Carlinho Petrópolis Farmácia (PL), se diz contrário à privatização. Carlinho não acredita que os serviços deixaram de ser feitos pela empresa que assumir a companhia, mas “não terão o mesmo carinho”. Veja o vídeo:

O que está em jogo

A Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) inicia no início da noite desta quarta-feira (6) a votação do projeto de lei 1.501/2023, que propõe a privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do estado de São Paulo), uma das líderes globais no setor. A Sabesp fornece água para 28,4 milhões de pessoas e coleta esgotos para 25,2 milhões de pessoas em 375 municípios de São Paulo.

Segundo a Sabesp, a empresa é responsável por cerca de 30% do investimento em saneamento básico no Brasil. Entre 2023 e 2027, a empresa planeja investir aproximadamente R$ 26,2 bilhões para ampliar a distribuição de água e manter os avanços nos índices de coleta e tratamento de esgotos.

Os defensores da proposta argumentam que a privatização da Sabesp trará mais eficiência aos serviços de saneamento, modernização da infraestrutura e atração de investimentos privados para o setor. No entanto, esses argumentos têm gerado debates acalorados entre os opositores do projeto.

A base aliada ao governo estadual espera aprovar o projeto nesta quarta-feira (6), enquanto a oposição recorre a medidas judiciais.

Alessandro Macedo

É jornalista e editor da Folha de Franca

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