CAROLINA RIBEIRO – As frequentes quedas de energia têm atormentado moradores de bairros como Jardim Petráglia e São José, em Franca. O problema, que segundo as queixas se intensificou nos últimos meses, tem deixado um rastro de prejuízos. De acordo com a população a CPFL, responsável pelo fornecimento de energia na cidade, está prestando um “péssimo atendimento”.
“Nos últimos seis meses registramos problemas com quedas de energia até duas vezes a cada 30 dias. Agora, somente na semana passada, o problema se repetiu duas vezes”, conta Angelita Rodrigues, síndica de um prédio com 36 apartamentos no Jardim Petráglia. “São dez andares e temos pessoas que enfrentam dificuldades para subir ou descer de escada”, completou. Segundo a contadora o prédio já chegou a ficar mais de sete horas sem energia. As quedas constantes teriam acabado queimando um televisor. Para evitar novos prejuízos ela fez um seguro, mas cobra da empresa um serviço melhor.
No último dia 05 de março, uma sexta-feira, uma clínica localizada na rua General Carneiro, no bairro São José, ficou mais de 20 horas sem energia. Sem ter como atender, os profissionais tiveram que remarcar todos os pacientes. “Na última vez chegamos a ficar mais de 20 horas sem energia. O problema, que é frequente há mais de um ano, se intensificou nos últimos meses e agora chega a acontecer até duas vezes por semana”, explica a secretária Maria das Dores Rodrigues, 61.
Ao longo de 2020 o Procon Franca recebeu 93 reclamações relacionadas ao serviço prestado pela CPFL. O índice de solução dos problemas, de acordo com o órgão, foi de 78%.
Prejuízos
Segundo o engenheiro eletricista Éderson Silva, que atua na área há mais de 10 anos, as quedas podem ser motivadas por vários fatores. “O fato é que a queda de energia pode ser prejudicial para os equipamentos, que em alguns casos pode deixar de funcionar”, explica. “Em algumas regiões, como as que têm mais fábricas, por exemplo, que usam equipamentos mais pesados nas redes as quedas podem ser mais comuns”, completa.
De acordo com o profissional, os equipamentos elétricos mais antigos são mais suscetíveis a parar de funcionar com as quedas, mas os novos também podem queimar dependendo da frequência que o problema se repete.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com a CPFL que informou, através de nota, que “a falta de energia elétrica causada por fatores externos, como interferência de vegetação, tempestades e outros, é inerente ao modelo de rede elétrica existente no Brasil”.
A assessoria afirmou ainda que “alguns eventos de intensidade atípica, como a queda de árvores, podem exceder a resistência dos equipamentos, causando interrupções e impactos na qualidade do fornecimento que vão além da responsabilidade da distribuidora”.
Sobre a ocorrência na Rua General Carneiro a empresa informou que “tratou-se de um caso de interrupção causada por descargas atmosféricas devido às chuvas que atingiram a região na data”.
