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Breve reflexão sobre a expectativa da queda da Selic

É hora de começar a rever a carteira de aplicações? E no caso de quem busca ou já tem crédito, vale buscar renegociar empréstimos e financiamentos? E as famílias brasileiras?

A taxa Selic ou também conhecida como meta Selic, “é a taxa básica de juros da economia brasileira, influenciando todas as demais taxas de juros do país – como as cobradas em empréstimos, financiamentos e até as de retorno sobre aplicações financeiras”.

Durante a algum tempo havia uma atenção especial frente a taxa de juros SELIC, se permaneceria em alta ou haveria queda nos próximos meses. Ainda que seja um assunto técnico, tornou-se também uma pauta política no cenário nacional. De modo que possibilitou o debate não apenas nas “mesas” de instituições financeiras, mas também nas mesas das famílias de todo Brasil independente da classe social.

Com a expectativa de baixa da respectiva taxa de juros, torna-se um fervor de opiniões e indicações, tanto para possibilidade de revisão de carteiras de aplicações, quanto para quem busca crédito ou já tem crédito tomado e pensa em renegociar. Peço desculpas aos especialistas, mas vou opinar em uma linguagem acessível. Pelo fato de que, penso ser um assunto de interesse de toda população – aqueles que possuem ou não valores “sobrando” na carteira.

Para estes que possuem uma carteira de aplicações, digo que não precisa se desesperar. Na prática sabemos que dinheiro “não leva desaforo”, fato que qualquer ato sem uma fria análise pode levar a grandes prejuízos. Isso ocorre tanto no ambiente corporativo que envolve em tese uma produção de riquezas, quanto no mundo da financeirização que é o dinheiro por ele mesmo – sendo o resultado positivo ou não em uma velocidade maior.

Dito isto, cabe observar que no cenário em que a taxa de juros SELIC é mais alta como agora, levando-se em conta o perfil da grande maioria que não gosta de correr riscos – perfil conservador, era recomendado aplicações financeiras em renda fixa. As condições dessa aplicação de renda fixa são definidas previamente, e sua liquidez pode ocorrer quando precisar, de forma imediata. Cheguei a recomendar o RDC na atmosfera da cooperativa, ocasião em que o próprio Estadão e-investidor dizia que o RDC “é o produto de investimento mais procurado nos sistemas cooperativos”.

Porém, ainda que há expectativa de redução da taxa de juros, é necessário avaliar tranquilamente se precisa fazer toda movimentação da carteira. Os efeitos não são tão imediatos. Portanto, é preciso calma. Para o segundo semestre penso ser interessante os fundos imobiliários de tijolos, que sofreram muito com a taxa de juros SELIC alta. Com a queda, o efeito torna-se positivo para este investimento. Uma outra indicação, seria as ações de crescimento. Todavia, observa-se que há uma incidência de risco maior neste tipo de aplicação, conhecida como renda variável. É necessário ter um acompanhamento mais fino e diário. Mas, ainda sim, é tendência valorizar estas ações.

Para as instituições financeiras, a queda de juros para captação de recursos diminui a prospecção de novos clientes interessados a “emprestar” dinheiros para os bancos. Fato que os clientes ganham menos juros a seu favor. Resultando assim, menos recursos para as instituições trabalharem, consequentemente menos créditos para oferecer ao “público”. Lembrando que juros baixos, tende a elevar a procura de créditos. Perceba que será uma grande “equação” a ser enfrentada pelas instituições financeiras, cooperativas e demais agentes deste setor. Diante de tudo isto, penso que ainda não seja o momento de rever a carteira de aplicações, mas é importante iniciar um estudo de melhor caminho seguir para mudança da carteira.

Já no caso de quem busca crédito através de financiamento ou empréstimos, a notícia de queda na taxa de juros SELIC é ótima. Pois, isso possibilita um crédito mais barato, podendo por exemplo no caso de empresas, investir um capital de giro para aumento da produção, gerando assim mais riquezas, logo mais postos de trabalho e possibilidade de consumo no mercado. Assim sendo, havendo a queda da taxa, de imediato já pode analisar uma linha de crédito adequado a cada caso.

Por fim, para aqueles que tem um crédito tomado em atraso não é diferente o efeito da notícia de queda de juros. A prática de tomada de crédito mais barato para quitar ou renegociar uma linha de crédito tomada de juros mais alto, é uma grande oportunidade de equilibrar as contas, e tornar um adimplente no mercado. Sendo possível voltar as atividades mercantis. Ainda, para as famílias brasileiras é uma excelente notícia, sendo possível haver o estimulo do consumo, resultante do barateamento do crédito, sobretudo com aumento de trabalho em razão da diminuição dos juros dos empréstimos e financiamentos tomados pelas empresas, tendo assim mais oportunidade de trabalho por aumento de produção e geração de riqueza.

Dione Silva de Castro é colunista no portal Notícias de Franca, foi cooperativista na Sicoob 3 Colinas; foi Supervisor Financeiro e Administrativo na Distribuidora Grupo Trevo Lubrificantes; foi empreendedor; foi Supervisor de Crédito e Cobrança na Âncora Consórcios; trabalhou nove anos no grupo do Magalu

Dione Castro

É administrador de empresa, estudante de gestão empresarial pela Fatec, graduado em direito e um eterno curioso.

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