Cássio salva nos pênaltis, e Corinthians passa pelo Boca na Libertadores
O torcedor gosta de dizer que “se não é sofrido, não é Corinthians”. Pois por estes critérios a noite desta terça-feira (5) na Bombonera foi muito Corinthians. O time sobreviveu como pôde, defendeu-se por 90 minutos e eliminou o Boca Juniors nos pênaltis alternados. Cássio defendeu duas cobranças e foi o herói da classificação às quartas de final da Libertadores após muita pressão e até pênalti perdido pelos argentinos no tempo normal.
Classificado, o Corinthians agora aguarda a definição de seu próximo adversário, Flamengo ou Tolima (COL), que jogam nesta quarta-feira (6). O time alvinegro volta a campo pelo Campeonato Brasileiro justamente contra o time carioca, às 16h (de Brasília) deste domingo (10). As quartas de final da Libertadores serão jogadas nas duas primeiras semanas de agosto.
O Boca Juniors começou mais atento, ofensivo e conseguiu aproveitar certo nervosismo do Corinthians para prendê-lo em metade do campo. A primeira boa chance saiu logo aos cinco minutos, quando Villa combinou com Benedetto pela esquerda e obrigou Cássio a fazer a primeira boa defesa. Em seguida, mais dois chutes perigosos passaram por cima, e aos 18 minutos Benedetto perdeu gol completamente livre na área, após contra-ataque puxado por Zeballos.
O Corinthians tentava sobreviver aos cruzamentos seguidos do Boca quando, aos 25 minutos, Raul Gustavo deu uma cotovelada no rosto de Pol Fernández em uma disputa no alto por um rebote. O lance virou pênalti após checagem no VAR. Os corintianos fizeram como os argentinos no jogo de ida, atrasaram a cobrança ao máximo e depois de seis minutos Benedetto desperdiçou a chance mandando na trave.
A pressão sofrida não foi surpresa, mas o Corinthians se descuidou durante todo o primeiro tempo. Não sofreu só com a dificuldade para sair jogando, mas também com erros em passes e domínios simples. Foi em um erro destes que João Victor torceu o pé e teve que sair para a entrada de Gil, aos 45 minutos. O empate no intervalo saiu barato, pois o time alvinegro se safou com alguma enrolação, muito sofrimento e meio-campo dominado. A esta altura eram 14 finalizações tentadas pelo Boca, e só uma pelo Corinthians.
A pressão constante do Boca seguiu no segundo tempo, mas jogar no ataque não necessariamente quer dizer jogar bem. O time argentino insistiu em cruzamentos demais, muitos deles completamente errados, e quando teve chances perdeu gols. Benedetto, depois de uma chance clara e de um pênalti, perdeu mais um quando saiu na cara de Cássio e finalizou de cavadinha por cima. Aos poucos o jogo virou um drama, e Vítor Pereira ainda perdeu mais um titular por lesão: Mantuan, que saiu para Giovane entrar.
Apesar de todos os problemas, no segundo tempo o time alvinegro conseguiu forçar mais erros do Boca e assim diminuir a pressão. Ainda com pouca ou nenhuma condição de atacar, mas pelo menos evitando finalizações ao gol de Cássio. Em resumo, o jogo ficou pior, e isso prejudicou mais os argentinos. Foi assim até o final, pois o tradicional “abafa” dos acréscimos teve muito desespero e pouco perigo.
Nos pênaltis, Rojo abriu a série colocando o Boca na frente, mas Fábio Santos empatou com cobrança no ângulo. Izquierdoz deslocou Cássio, e Cantillo fez o mesmo com Rossi em seguida. Cássio defendeu a cobrança de Villa, mas Rossi fez o mesmo com Raul Gustavo. Na quarta cobrança dos times, Pol Fernández converteu, e Bruno Melo parou em Rossi. Benedetto poderia ter classificado o Boca na quinta cobrança, mas mandou para longe, e Róger Guedes empatou em três a três para mandar tudo às alternadas. Óscar Romero, Roni, Alan Varela e Lucas Piton marcaram. Cássio foi herói, e Gil converteu para colocar o Corinthians nas quartas de final.
BOCA JUNIORS
Rossi; Advíncula, Izquierdoz, Rojo e Fabra; Pol Fernández, Varela e Óscar Romero; Zeballos (Ramírez), Benedetto e Villa. Técnico: Sebastián Battaglia
CORINTHIANS
Cássio; Rafael Ramos (Bruno Méndez), João Victor (Gil), Raul Gustavo, Fábio Santos e Lucas Piton; Du Queiroz (Roni), Cantillo (Bruno Melo) e Giuliano; Gustavo Mantuan (Giovane) e Roger Guedes. Técnico: Vítor Pereira
Estádio: La Bombonera, em Buenos Aires (Argentina)
Árbitro: Andrés Matonte (URU)
Assistentes: Nicolás Taran e Martín Soppi (ambos do URU)
VAR: Leodán González (URU)
Cartões Amarelos: Varela (Boca); Gil e Raul Gustavo (Corinthians)