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Pais foram alertados por grupo de mensagens de ataque a creche em SC

CATARINA SCORTECCI

Funcionários do centro de educação Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC), onde quatro crianças foram mortas por um homem de 25 anos na manhã desta quarta-feira (5), colocaram um manto preto na porta principal da escola.

No final da tarde, pais eram autorizados a passar pelo manto preto e entrar apenas para pegar as mochilas dos filhos, que foram deixadas para atrás naquela manhã. “Vim só pegar a mochila dele. Na correria, só peguei ele no colo e fui embora. Tava um alvoroço”, disse Pamela Liscano, consultora de viagens, mãe de um menino de quase 3 anos, que estava na creche no momento do ataque.

Ela conta que foi pegar o filho pela manhã depois de receber um áudio no grupo de WhatsApp da escola. Uma professora avisava que havia crianças feridas. “Conversei com ele, perguntei se ele estava entendendo o que tinha acontecido. Ele só disse que os coleguinhas estavam com muito medo e que ele ajudou os coleguinhas”, disse Pamela. “Eles avisaram que as crianças poderiam voltar na terça-feira. Eu acredito que o meu filho vai voltar. Sei que não foi culpa da creche. Ele gosta muito das ‘profes’. Todo mundo é muito carinhoso”.

O vendedor Carlos Leandro Kroez, pai de uma menina que fez 6 anos na semana passada, tem visão parecida. “Foi um fato isolado. A escola é perfeita. A gente não esperava. A diretora é uma pessoa extremamente dedicada. Não tem nada a ver com a escola. Tem a ver com a maldade da pessoa que fez isso”, disse ele.

Ele também foi à escola buscar a mochila da filha no final da tarde. “Ela não viu as mortes. Eu cheguei em casa e ela só me falou que ladrões entraram na escola. E agora ela está com medo de ladrão. A gente ainda não sabe nem como abordar o assunto. Vamos esperar um pouco”, contou ele.
As quatro crianças começaram a ser veladas ainda na noite de quarta pelas famílias, amigos e moradores da cidade.
Os corpos de Larissa Toldo, Bernardo Cunha Machado e Bernardo Pabst da Cunha são velados na Capela São José, no Centro de Blumenau. O corpo de Enzo Barbosa é velado no Cemitério Salto Norte.
Uma das professoras da escola relatou à Folha de S.Paulo que primeiro suspeitou de um assalto e que “só depois viu o massacre”.
“Nunca passou pela cabeça. Isso é muito distante daqui”, disse Simone Aparecida Camargo, que há cinco anos trabalha na escola e cuida de crianças de 4 meses até 3 anos de idade.
Quando homem entrou na escola, Simone estava em uma sala cuidando de quase 20 crianças junto com outras duas professoras.

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