Ministério Público pede responsabilização de Bolsonaro por quebrar isolamento durante visita ao Acre
O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Acre querem processar a comitiva do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por não cumprir as medidas de isolamento social em vigor durante visita ao estado. Em representação encaminhada ao procurador-geral da República, Augusto Aras, eles pedem a responsabilização da comitiva de Bolsonaro por descumprir o decreto estadual 7.849, que proíbe aglomerações de qualquer tipo e reforça a exigência de máscara facial.
Assim como diversos outros estados do país, o Acre sofre com a segunda onda de casos de Covid-19, agravada por enchentes em vários municípios. Em 24 de fevereiro, Bolsonaro visitou a capital, Rio Branco, e Sena Madureira, duramente golpeada por uma inundação. “Pelas imagens amplamente divulgadas pela imprensa e pela própria assessoria de comunicação da Presidência da República, foram registrados diversos episódios de desrespeito às normas de isolamento social imposta pelo Poder Público estadual, editadas com a finalidade de reduzir a acelerada transmissão do novo coronavírus”, afirma o MPF, via assessoria de imprensa.
“Os eventos ocasionaram aglomerações de pessoas, muitas delas sem o uso de máscaras de proteção facial e sem que o distanciamento social mínimo recomendado pelas autoridades sanitárias nacionais e estaduais fosse observado. O próprio presidente não utilizou máscara facial ou se manteve em distanciamento dos apoiadores e da população que dele se aproximavam, condutas reproduzidas por diversos membros de sua comitiva”, diz a nota.
Além de Bolsonaro, foram representados os ministros Onyx Lorenzoni (Secretaria-Geral), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Fernando Azevedo (Defesa), Eduardo Pazuello (Saúde), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), Gilson Machado Neto (Turismo), além do senador Márcio Bittar (MDB-AC).