“Sede praticantes da Palavra” (Tg 1,22).
Iniciamos o mês de setembro, dedicado às Sagradas Escrituras. Entre as principais tarefas da Igreja está a pregação da Palavra. Obedecendo o mandato do Senhor, ela propaga a fé e a salvação de Cristo. A vocação da Igreja e a sua mais profunda identidade é evangelizar. “Não é a nós mesmos que anunciamos, mas a Jesus Cristo, o Senhor” (2 Cor 4,5), e o “Cristo crucificado” (1 Cor 1,23).
“Sede praticantes da Palavra, e não meros ouvintes” (Tg 1,22). Precisamos comer a Palavra de Deus para nutrir o nosso corpo e encher o nosso estômago, como fez o profeta Ezequiel (Ez 3,1-4). É preciso que a Palavra penetre até “dividir alma e espírito, articulações medulas” (Hb 4,12).
Jesus não veio abolir a Lei, mas levá-la à perfeição (Mt 5,17). A sua observância é fundamental, pois é expressão da vontade de Deus e foi constituída para o bem do ser humano, para a sua liberdade e defesa da vida.
O Senhor nos ensina que a impureza muitas vezes está dentro de nós mesmos, em nosso coração: “más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo” (Mc 7,21-22). As coisas ruins tornam impuro o coração, interferem no proceder, contaminam e destroem os relacionamentos. A impureza é consequência de uma opção errada.
A vida cristã e a fidelidade à Palavra de Deus não podem ser reduzidas às práticas religiosas formalistas, que não mudam o coração e a realidade das coisas. A fé deve ser vivida na interioridade, na pureza de coração, na sinceridade e honestidade com Deus.
São Tiago nos exorta a receber com “humildade a Palavra” implantada em nós e que nos salva. A “religião pura e sem mancha diante de Deus Pai” é “assistir os órfãos e as viúvas” e não se deixar contaminar pelo mundo” (Tg 1,21b.27). Moisés nos orienta e nos ensina a ouvir, guardar e cumprir com fidelidade “as leis”, “os decretos”, e os “mandamentos” do Senhor para termos a vida, a “sabedoria e inteligência” (Dt 4,1-2.6-8).
“Quem ignora as Escrituras ignora o poder de Deus e sua sabedoria, ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo” (São Jerônimo).