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Liderança

O modelo de chefe “frio, tirano e centralizador”, e de “funcionário submisso, de produção linear e rotineira”, nunca foi realmente eficaz, exceto como construção de poder. Sua ineficácia se dá por devastar as relações de trabalho e não se sustentar a médio e longo prazos.​​​​​​​​​​
A experiência mostra que o labor sistemático, repetitivo e quantitativamente premiado sob os auspícios de um chefe duro, mal humorado e insatisfeito, (há, inclusive, a linha de gestão por conflito) compromete a capacidade criativa e a tomada de decisões, afetando, por extensão, a qualidade do trabalho e das relações, fundamentais à longevidade e bom desempenho da empresa.

Líder narcisista

O líder ultrapassado é aquele que por métodos coercitivos de gestão, desencoraja o pensamento crítico ao seu redor e se coloca como superior aos outros. Não raro, é esse líder um narcisista patológico de autoimagem idealizada, avaliações irreais acerca do desempenho de suas funções e dos demais e, por isso, presa fácil de bajuladores que enfraquecem ainda mais sua capacidade de discernimento. ​​​​​​

Negativo

Centralizador, ele vive o mito de que sabe tudo e de que não pode realmente contar com os outros, por isso, tem dificuldades em delegar tarefas, bem como de avaliá-las realisticamente. Frustrações, nesse indivíduo, são percebidas como ameaças à sua própria integridade e a resposta é um quase sadismo permeando suas relações e as da empresa.

Sem futuro

Sabemos também que personalidades assim, que tornam esses modelos possíveis, quase estereótipos, são fruto de constituições psíquicas comprometidas e que tais ações podem ser respostas de compensação para sentimentos de inferioridade e de solidão.

Análise

Esse líder cujas ações estão intimamente implicadas às suas próprias dificuldades, acaba por desenvolver um estrabismo perceptivo de si mesmo, provavelmente calcado nas relações primárias de sua infância.​​​​​​​​

Poder

“O poder já foi erroneamente associado ao conceito de autoridade, o que repercutiu diretamente nas organizações. Hoje este modelo está totalmente superado e deu lugar aos modelos participativos de liderança. Liderar tornou-se uma competência gerencial em que o líder estimula sua equipe para atingir bons resultados com flexibilidade, inovação e motivação para o trabalho”, diz Almiro dos Reis Neto, presidente da Franquality e autor do excelente artigo “O Fim do Grande Líder”.

Nova liderança

O novo líder que o mercado anuncia como aquele realmente eficaz (e as teorias da administração e da Psicologia atestam) é aquele que tem segurança interna o suficiente para entender que pode e deve contar com os outros (descentralizar).

Mais

É o gerenciador de equipes cujas principais atribuições estão na capacidade de reunir os indivíduos mais adequados a determinadas funções, planejar conjuntamente tarefas e metas factíveis, sabendo comunicá-las claramente. Promover a interação social e articulação de ideias de modo saudável na equipe, incentivar a cooperação e não a competição desenfreada e perniciosa. Em consequência, cria um ambiente para gerar novos líderes, recompensar a performance com base nos resultados do grupo, isto é, no desempenho coletivo, sem despertar suscetibilidades individuais. É desejável que possa diagnosticar os desvios e reorientar, juntamente com o grupo, o percurso.
O líder eficaz deve procurar soluções e não culpados.

Vanessa Maranha

É Psicóloga, Jornalista, Escritora Premiada, colunista da FF.

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