Manda quem pode
A empresa manda na cidade.
Ninguém tem peito para tirar a São José de Franca.
Esquece! Não tem concorrente para a São José.
Cartas marcas nesse troço de ônibus.
As quatro frases que trago para a introdução deste post vivem na boca dos usuários da única empresa que explora a concessão do transporte público urbano de nossa Franca, de perto de 400 mil habitantes. Para o IBGE e suas duvidosas ou incompletas estatísticas, 364.331 no ano passado.
As licitações por aqui sempre cheiraram a ilicitações. Neologismo ou ‘theo-logismo’ (pela autoria), o fato é que nesse angu tem caroço demais. Duro de engolir.
Nos horários de pico é que a população chia, mia e grita de raiva. Passageiros se empurram e esmurram para subir na escada de acesso ao interior dos coletivos. Demorou pra entrar, corre o risco de ficar pendurado no corrimão daquela parte do busão. Lá dentro, lata de sardinha é de causar inveja porque tem óleo e azeite para acomodar a carga e o sufoco de estar prensado.
– O povo reclama de tudo!
Tem que reclamar mesmo. São os que bancam governos e desgovernos, eleitos honestos e vagabundos, ladrões do dinheiro público e beatos.
Os serviços essenciais são e têm que ser planejados, organizados, prestados e fiscalizados pelos Prefeitos e Vereadores e Tribunal de Contas e Ministério Público Estadual e por Conselhos Municipais.
Chega, pelo amor de Deus!!! Quem dá conta de pagar esse povo todo que faz parte desse organismos e estruturas?
Claro: é nóiziiiiii!
Posso mostrar uma foto, da linha que ainda existe para atender aos moradores, trabalhadores, estudantes, idosos e todos os que dependem do transporte público na cidade, a pretexto de servir ao Residencial Zanetti e os bairros próximos? Aí está a danada:
Feita ontem, por volta das 18h25.
Os bancos lotados, os corredores também.
Mais uma apertadinha que dá, cabe mais uns!
“Cortaram vários horários de lá; está muito difícil pra nós que dependemos, todos os dias”, desabafaram, desesperançosos, alguns utentes da empresa que faz e acontece
A certeza de lucros do monopólio dos coletivos de Franca é a regra.
A prefeitada arruma argumento pra tudo. Menos para oferecer transporte digno e muito bem pago pelos passageiros de Franca.
No enrosco de 2019, a Câmara Municipal – acreditem! – tirou o corpo fora e não se deu o direito de apreciar e mesmo rejeitar a propositura do Prefeito Gilson de Souza.
O que constata o Observatório Social do Brasil, unidade local, o qual é uma instituição não governamental, sem fins lucrativos, que preza pelo exercício da cidadania de forma democrática e apartidária (tá na sua home!):
“Franca sempre quis uma nova licitação, porque a prestação de serviço aqui, em muitos pontos, é deficitária. São atrasos, ônibus que não tem uma qualidade tão boa, falta de ônibus em algumas vias, falta de ponto de ônibus adequados à população, são vários os problemas, as reclamações são as mais variadas”. (v. g1 –EPTV e g1 Ribeirão Preto e Franca, 22/12/2023 14h05)
Essa matéria está vencida.
Tá nada. A situação está pior em 2025.
O reeleito Alexandre Ferreira, por cima da carne seca, brada, com script decorado, que a questão do transporte público é uma de suas prioridades neste segundo mandato.
Teria rompido o contrato com a empresa São José, como se quebra de contrato desse porte fosse a rescisão de um contrato de aluguel de um cômodo de vinte metros quadrados entre particulares. O trem é juridicamente intrincado. E o povo tá lascado.
Edital de licitação para contratação de uma nova empresa. Está publicado?
“Vai vir uma licitação para qualquer empresa do Brasil participar. Quem vai ganhar eu não sei, mas com certeza será um modelo bem diferente do que existe hoje”, diz Sua Excelência, o Prefeito.
Só para entender: qualquer empresa do Brasil pode participar?
Ué, antes não era assim, na forma lei? Os usuários do Zanetti, e de toda as linhas e horários que esperem no ponto. No ponto de interrogação seguido de um de exclamação.
