Hospital regional: promessa eleitoral que completará 14 anos
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É sempre a mesma coisa. Em todo ano eleitoral tem bandeiras nas ruas, carros de som, tapinhas nas costas, visitas de candidatos paraquedistas em Franca, que só acontecem de quatro em quatro anos, e promessa de construir um hospital.
A ladainha do hospital não é nova. Em abril de 2008, portanto há 14 anos, o então deputado Gilson de Souza solicitou ao governador do Estado a construção de um hospital regional em Franca. Ele justificou na época que um novo hospital era necessário para atender à demanda de pacientes de Franca e das cidades da região. Como se sabe, a obra nunca não saiu do papel.
A promessa foi ressuscitada ano passado pelo vereador Daniel Bassi, que sonha em ser candidato a deputado estadual pelo PSDB, caso Roberto Engler decida mesmo se aposentar. Bassi era um adolescente quando Gilson de Souza lançou a ideia do hospital das clínicas.
Bassi conta com o apoio do deputado federal Arnaldo Jardim que, por sua vez, conta com os votos de Franca para tentar a reeleição. Nos últimos dias, quem também entrou na história foi o prefeito Alexandre Ferreira e o deputado federal Baleia Rossi. Todos são aliados do vice-governador Rodrigo Garcia, que disputará as eleições para o governo e aparece mal colocado nas pesquisas.
Nesta segunda-feira, todos tinham audiência em São Paulo com Rodrigo Garcia e a ideia é anunciar a intenção de construir o hospital regional. O argumento será o mesmo usado por Gilson de Souza há 14 anos: “a região precisa de um novo hospital para atender à demanda de pacientes”.
É consenso que a região precisa ampliar a oferta de vagas para internações. Isto, não se discute. Mas, questões importantes devem ser consideradas nesse contexto. A principal delas é a parte financeira.
A construção de um hospital não sai por menos de R$ 200 milhões. O orçamento do Estado aprovado pela Assembleia Legislativa no final do ano passado não prevê este gasto. Os “cofres” do governo parecem não estar tendo verba suficiente nem mesmo para garantir os medicamentos de alto custo; alguns pacientes têm que entrar na Justiça para poder se tratar. Então, como será para fazer uma obra de R$ 200 milhões?
Para que a história do hospital não seja uma mera promessa, é importante que os defensores da construção do hospital expliquem claramente à população de onde sairá o dinheiro, quando a obra será iniciada e qual o prazo de conclusão. Só assim será possível comemorar essa ideia que, se concretizada, será valiosa para a população de Franca e região.