Lutos

Mariinha

A campainha do Zap soou.

Fora de casa qualquer barulho incomoda. Sendo nas primeiras horas, meu Deus, coração vem à boca.

Portador de sequelas insidiosas de duas covids, não é que não estou nem aí. É que estou aqui, com o meu netinho e seus familiares, na capital paulista. Emoções se potencializam. O bronze dispara.

Abri a mensagem de voz. Era a notícia direta e respeitosa a nos comunicar a perda de outra amiga. Do escritório, onde o que se relaciona aos clientes interessa, com ou sem processos deles em andamento.

Amigo faz falta, mesmo que não falte.

Mariinha, Maria José Barcelos Gonçalves, a esposa do modelo de Vicentino, amigão – amálgama de amigão e irmão, parceiraço por meio século nas lides previdenciárias, Dr. José Gonçalves, foi ter com o Senhor Deus.

Dessa vez não deu. A crise de falta de ar não pode ser revertida, como na penúltima, em que os técnicos e funcionários da UTI do HapVida lograram reanimá-la, à custa de quebra de costelas dela. Foi o que ouvimos tristes, debruçados num parapeito ou algum móvel daquele setor destinado a pacientes cujo estado de saúde inspira complexos, emergenciais e indispensáveis cuidados médicos.

A fumante inveterada dizia, entre uma tragada e outra, que estava velha demais para abondonar o vício que não lhe abandonava, preço da crueldade do vínculo da dependência.

José Gonçalves me falava: fazer o quê, ela é teimosa, não consegue largar o cigarro. Não adianta dar conselhos, Théo Maia. É melhor deixar que faça as vontades dela!

Gestos de amor, loucos, mas de amor. Apreço pela opinião e arbítrio da companheira, cuja mão esquerda pediu e recebeu em casamento em 30 de julho de 1960.

O amor de sua vida, de dezenove anos, bem sentia ele, seria por toda a vida.

Até que a morte os separe?

Sim, disseram seguros e apaixonados, um ao outro.!

A inesperada esperada hora dela chegou, porque com ela inexiste privilégio ou desculpa para escapar ao seu chamado. Ontem, por volta das 23h00, no Dia da Padroeira do Brasil, Mariinha sucumbiu. A devota ao Pai voltou. É do espírito, para a perenização de uma alma santa, cheia de amor pela família. Benquista.

Disse-me, a primogênita, que o Zé está forte.

Cidinha, para quisso, …

Finjo que acredito. Também sou uma fortaleza, de fraquezas, que encontra forças no Senhor!

A associada do Clube da Velha Guarda de Franca, braço direito do JG, teve três filhas. Mais feminina, impossível: Maria Aparecida, Vânia Margarete e Lúcia Helena. Dois genros, havidos como filhos.

A descendência aumentou em seis netos e cinco bisnetos. Belezura de família!

Saudade, não mais o sentimento da dor que nos causa quem partiu ficando, bate profunda no que já fibrilou.

Estou longe. Aquele adeus não pude dar.

Cristo ressuscitou.

Cristãos, Mariinha e nós, cremos na eternidade, em que, pela graça de Deus, não mais diremos adeus a ninguém, atamos nossa fé nas rodas dos trenós da esperança. É hora de viajar na bonança dos momentos agradáveis que compartilhou em casa, nos bailes, nas ações de caridade, …

Ver-nos-emos lá, lá no horizonte que tocamos com as mãos e pisamos com os pés.

O velório da inesquecível Mariinha é das 12h00 às 16h00, na sala 5 do Memorial Nova Franca, na Rua São Paulo, 1350.

Dr. Theo Maia

Advogado Previdenciarista (OAB-SP 16.220); sócio-administrador da Théo Maia Advogados Associados; jornalista; influenciador social; diretor do Portal Notícias de Franca; bacharel em Teologia da Bíblia; servo do Senhor.

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