Véspera
Cinquenta e duas semanas já eram!
As expectativas da partida imperam.
A pouco do Novo Ano,
Sobreviver ao Velho é o plano.
De janeiro a dezembro, foi um custo!
Se fez a sua parte, foi justo.
O ano voou! Quanto de si assim falou.
Envolvido na lida diária, tempo não sobrou.
Promessas feitas de barriga cheia,
Remorsos de ocasião são na gula da ceia.
Esquecidas ficaram como chave de geladeira,
Saqueada direto até a próxima segunda-feira.
O Chefe da Nação, que age pros seus,
Contraria seu lema eleitoral, quer-se Deus.
Arranca forças no que seria conservadorismo,
Esvaindo-se, não se vai, no negacionismo.
A exumação da inflação desenterrou a recessão.
Os santos da Lava Jato estão saindo da prisão.
Eleitores inconformados ou subvencionados do Estrelato,
Dos porões do achaque conhecem a justiça de fato.
O desemprego aprontou com o trabalhador,
As tarifas públicas subiram um horror.
De Doutor a flanelinha, que na bolsa não aplicou,
Assumem a conta que a economia afundou.
Abençoado por Deus, e pela Natureza!
O lucro fácil jorrou nos conchavos da esperteza.
A Renan e Aécio, que adulam Temer e Lula,
Inspirados em Dilma, Polícia Federal é coisa chula.
Ajustes fiscais derrubaram ministro.
Estrebucha-se no poder o curador do sinistro.
Cambaleia a Saúde, agoniza a Previdência.
Direitos sociais ao matadouro, eis a providência!
O populismo brasilis se reencarna na esquerda,
Das pedaladas no orçamento à maquiagem da perda.
Os parlamentares e representantes que são oposição
Morrem de medo da verdade porque foram situação.
Faltando algumas horas para o parto normal,
Serve enfermaria do SUS de manjedoura universal.
Na ansiosa contagem regressiva 2022 romperá,
Ave, Bahia, às calamidades na esperança resistirá!
Théo Maia
31/12/2021, às 11h40