Uma segura na mão da outra!!

Por Rejiane Garcia
Sempre foi assim lá em casa. Venho de uma família com mulheres fortes, guerreiras e corajosas. A união entre nós, sempre foi uma característica marcante do nosso convívio.
Cresci com mulheres que lutaram para sobreviver. Mãe, tias, avós, vizinhas. Mulheres que lutaram para cuidar dos afazeres domésticos com poucos recursos, para criar os seus filhos com muita dedicação e acima de tudo, que lutaram para serem amorosas e companheiras, apesar de todas as dificuldades que enfrentaram, principalmente, as afetivas. Mulheres marcadas pela renúncia dos seus próprios anseios e desejos. Que “abriram mão” do estudo, da profissão, por um amor sem medida pela família e pelos seus companheiros.
Mulheres que não foram homenageadas, presenteadas e acarinhadas no dia a dia como mereciam e tampouco no “Dia da Mulher”. Isso não existia para elas. Não tinham tempo para isso. Ficavam atrás do tanque, na frente de um fogão, de uma pia e lutavam arduamente para manter o alimento na mesa e os filhos na escola. Sempre com força e dignidade. Todas têm a minha admiração e respeito.
A minha mãe incentivou muito a mim e a minha irmã, para termos uma profissão, uma carreira, autonomia e liberdade. E com muita luta, conquistamos o que ela tanto almejava para nós. Conquistamos por nós, mas acima de tudo, conquistamos também por ela.
E no mês de março, não é possível deixar de pensar nas mulheres que não tiveram (e não têm) a mesma oportunidade. No Brasil, temos índices altíssimos de mulheres que não conseguem ter uma profissão e se inserir no mercado de trabalho. Muitas, quando conseguem, têm o salário menor do que os homens na mesma função.
E não é só a inserção insatisfatória e discriminatória no mercado de trabalho (entrar e permanecer). Há também, uma “cultura de violência”, que ainda não conseguimos romper. Há um número enorme e assustador de mulheres vítimas de feminicídio, que sofrem todo tipo de violência (física, moral, sexual e tantas outras) no nosso país.
O “Dia Internacional da Mulher” comemorado em março, é um “marco” de tantas lutas já travadas ao longo dos anos. Agradeço a tantas mulheres que vieram antes de mim, que lutaram e conquistaram arduamente, tantas coisas importantes que hoje usufruo.
É dia de reflexão e de representação de luta de todos, não só das mulheres. Que a data contribua para romper o abismo instalado, que separa homens e mulheres, no que se refere ao respeito igualitário, à equiparação salarial e à igualdade de gênero. Que motive a criação (e o cumprimento) de leis mais rigorosas e de políticas públicas de proteção e de legitimação do lugar da mulher na sociedade.
Venho cumprimentar todas as mulheres, inclusive as que não conheço e que podem estar nesse momento, em situação de vulnerabilidade. O mês de março é dedicado também a elas!! Vamos dar as mãos e saudarmos umas às outras, unidas na luta por dias melhores. Aquela que está mais “forte”, ajuda a outra, assim como sempre foi na minha casa. Uma pela outra.
Rejiane Garcia
Amiga!!!
É sucesso!! Disse que seus textos além de reais emocionam e muito!
Parabéns Rejane, você faz por merecer, ✨💕🥰