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“Sois, Senhor, para mim, alegria e refúgio”

“Um leproso chegou perto de Jesus, e de joelhos pediu: ‘Se queres tens o poder de curar-me’. Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: ‘ Eu quero: fica curado!’ No mesmo instante a lepra desapareceu e ele ficou curado” (Mc 1,40-42).

O leproso e impuro perante a Lei (Lv 13), venceu as barreiras do medo, não teve vergonha de mostrar-se e revelar a sua situação, aproximou-se de Jesus com fé e confiança, ajoelhou-se e pediu a cura. Ele acreditou no Senhor e no seu poder sobre o mal, curado, “começou a contar e a divulgar muito o fato” (Mc 1,45).

Quem tomou a iniciativa de se aproximar de Jesus e pedir a cura, foi o leproso, mas a graça é obra de Deus. Jesus se comoveu com o doente, estendeu a mão para tocá-lo e curá-lo. Superou a prescrição da Lei, valorizando a pessoa. A cena revela Jesus como o Messias que tem o poder de purificar, perdoar e reintegrar o ser humano, devolvendo-lhe a vida e a saúde. Após a cura, Ele “ficava fora, em lugares desertos” (Mc 1,45), ocupando a situação do leproso, carregando as suas enfermidades e pecados.

Naamã, chefe do exército do rei da Aram, estava doente, com lepra. Depois de superar certa resistência ao pedido do profeta Eliseu, ele foi se lavar nas águas do rio Jordão, “e sua carne tornou-se semelhante à de uma criancinha, e ele ficou purificado” (2 Rs 5,9-14). Sua cura revela que Deus é misericordioso também com um estrangeiro.

“Eu irei confessar meu pecado! E perdoastes, Senhor, minha falta” (Sl 31,5). Rezamos na Santa Missa: “Senhor, tende piedade de nós”, no Ato Penitencial, e no Rito da comunhão, “Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós”. Expressamos nessas orações de súplicas a nossa condição de pecadores, mas, sobretudo, a nossa confiança no amor misericordioso do Senhor, “no qual temos a redenção, o perdão dos pecados” (Cl 1,14). Cheio de compaixão, Jesus nos perdoa e cura as feridas provocadas pelo pecado. Na Igreja, canal da misericórdia do Pai, celebramos o perdão. Perdoados e curados, saímos ao encontro dos irmãos e irmãs, solidários com a sua dor e sofrimento, fazendo “tudo para a glória de Deus” (1 Cor 10,31).

No Dia Mundial do Doente, peçamos a Jesus Cristo, fonte de toda compaixão, fé, fortaleza, confiança, a sua bênção e a sua cura a todos aqueles que sofrem enfermidades. “Confiemo-nos a Nossa Senhora de Lourdes, saúde dos enfermos, pedindo-lhe que interceda por nós e nos ajude a ser artífices de proximidade e de relações fraternas” (Papa Francisco).
Dom Paulo.

Dom Paulo Roberto Beloto

É Bispo da Diocese de Franca

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