Queria ter em mim a coragem do quero-quero, com voos rasantes diante daquilo que causa perigo. Podemos aprender com esta valentia, encarar os desajustes do cotidiano que são postos em nosso caminho, e no decorrer da vida. Não temer o tamanho do desafio, tampouco importar a dureza do enfrentamento.
Quisera eu ter a resiliência das formigas, após cada desastre “natural”, cada bombardeio ou tsunamis da sagrada chuva, poder começar novamente. Uma perseverança silenciosa a nossos ouvidos. Mas, latente a nossos olhos, quando estamos dispostos a observar cada grão de terra retirado da imensidão que obstruiu a entrada de sua aldeia. Gostaria de ver o compromisso das formigas nas pessoas, onde cada um pudesse fazer sua parte para que o todo pudesse funcionar bem.
Pensando bem, quero mesmo é ser elástico, fazer formas e em seguida desfaze-las de acordo com vento. Viver no alto e ser a alegria daqueles que estão dispostos a olhar para cima e observar os animais, objetos que podem ser traduzidos ou imaginados. Ser resultado da criatividade do olhar de crianças, ou daqueles que não quiseram deixar de sê-las. Quero ter a plasticidade das nuvens no céu. Porém, na quentura do asfalto da selva de pedra, sei bem que viver é um ato enigmático. Então, contento-me com que sou, um observador e invejoso da natureza.