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Pablo Marçal, a lição de campanha nas redes sociais

Independente de como terminará a eleição de Prefeito de São Paulo – que ainda sofrerá a influência dos acontecimentos dos próximos 40 e poucos dias – o candidato Pablo Marçal dela sairá consagrado como o político que teve a inteligência e a sensibilidade suficientes para bem utilizar as redes sociais e, mais que isso, dispor de conteúdo ao interesse do eleitorado. Se vem decolando na preferência (como mostram as pesquisas), é porque suas propostas vão de encontro ao interesse do eleitor. A rede proporciona sua chegada ao dono do voto e seus projetos e idéias o conquistam. Com isso, tornar-se uma eficiente terceira via entre os concorrentes. Com a força própria, conquistada através do meio eletrônicos, tende a ter o desempenho capaz de suplantar tanto o candidato de esquerda apoiado pelo presidente Lula quanto o de direita que recebe a simpatia e o trabalho de Jair Bolsonaro. As últimas pesquisas o conduzem, a essa altura, quando apenas começa a campanha, ao status de um dos três preferidos, deixando para trás figuras com nome popular e detentoras de mandatos eletivos.

Marçal é, sem dúvida, o novo. E, como tal, a grande incógnita do dia 6 de outubro próximo. Pelo jeito que seu nome vem aparecendo nos levantamentos pré-eleitorais não será de se estranhar se, no dia da votação, conseguir arrebatar mais de 50% dos votos e liquidar a eleição já no primeiro turno. Poderá, também, sagrar-se inbatível se for ao segundo turno (que ocorrerá em 27 de outubro) porque, aquele que com ele for disputar será alguém apoiado por uma tendência política enquanto ele será absoluto representante de si mesmo.

O movimento político-eleitoral brasileiro é composto de uma série de inconveniências. A principal delas é a reeleição para os ocupantes de cargos executivos (prefeito, governador e presidente da República). O governante, no exercício do mandato, é beneficiado pela máquina administrativa sob seu comando e pode ganhar mais fácil. Mas tudo poderá ser diferente se o seu concorrente for alguém de luz própria que, mercê de sua atividade nas redes, conquistou a confiança do eleitorado.

Sem deter mandato, filiado a partido inexpressivo e sem estórias políticas para contar, Marçal é uma aposta. Votará nele quem sonha com mudança na forma de se fazer política e de governar este País. Evidente que, sem deter as forças tradicionais do meio político, ele também corre riscos que os demais postulantes da Prefeitura não enfrentam. É preciso que se cuide para não restar na “linha de tiro” dos adversários.

Pelo que já vimos na atual campanha e particularmente na caminhada de Pablo Marçal, somos levados a crer que sua grande vitória já está consolidada, pouco importando a quantidade de votos que sairá das urnas paulistanas em 6 e 27 de outubro. Se fizer a maior votação e eleger-se, melhor para ele e àqueles que confiaram em suas propostas. Mas, se não restar eleito, terá ensinado ao País – e até ao exterior – a forma de fazer campanha pela internet e redes sociais. O mesmo esquema que o levou do desconhecimento à condição de um dos três entre os candidatos a prefeito da capital paulista certamente será empregado daqui a dois anos, quando nosso país realizará as eleições gerais para a escolha de presidente da República, Governador dos Estados, Senadores e deputados federais e estaduais. Ele próprio e aqueles que o ajudaram a bem explorar a comunicação eletrônico-cibernética, deverão ser utilíssimos na transmissão de métodos e ações aos que vierem a se candidatar daqui a dois anos. E, dependendo do resultado daquelas eleições, o processo eleitoral brasileiro nunca mais será o mesmo.

Basicamente, uma campanha eleitoral deve resumir-se no método de fazer as propostas chegarem ao eleitor com a força que o leve a empenhar seu voto naquilo que lhe é dito pelo candidato e sua equipe. Pelo que fez nesse fugaz começo de campanha, Pablo Marçal tem todas as credenciais para promover esse salto de qualidade que, bem aplicado, será benéfico a todos os brasileiros..

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

É dirigente da Aspomil (Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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