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O dono da bola

Quem detém do capital, de maneira direita ou indireta “humilha”, comanda aquele que detém da miséria, pelo o fato de ter um poder dominante, conhecido como “as condições materiais da venda da força de trabalho”. Por uma questão que dizem ser natural do mercado, percebe-se que a mão de obra é abundante, e as oportunidades de trabalho são escassas. Um exemplo simples para ilustrar tal questão seria uma criança que tem uma bola, o famoso “dono da bola”, lembram?

Somente ele tem a bola na Rua, ele é quem decide qual brincadeira, qual horário, quando a mãe chama, ele pega a bola e vai embora, e todas as crianças da Rua ficam literalmente chupando o dedo. Assim ocorre no mercado, o patrão dominante impõe as regras, se não estiver satisfeito, saia, pois têm uma fila a sumir de vista de miseráveis que precisam e topa qualquer negócio, pois quando a barriga dói, não dá para negar, não dá para escolher.

O dono da bola é o burguês, o patrão. Os interesses do patrão e do trabalhador são divergentes, completamente incompatíveis, o patrão fornece trabalho simplesmente por uma questão, e por um foco a perder de vista, lucrar. O Trabalhador concentra toda sua energia no salário que vai ganhar. E lhe pergunto: Por qual motivo não ocorre uma batalha de interesses, sendo que defendem questões tão diferentes?

Muito simples, o capital está concentrado na mão do empregador, e é por esse fato – o desequilíbrio entre as classes, que o patrão sempre ganha. O burguês é sempre ganhador por ter dominação das classes em razão do capital. A proletarização está cada vez maior. Tais miseráveis não detém alma positiva para o comércio. Não interessa o que pensam, o que interessa de fato é o trabalho lucrativo para o burguês.

E não erre.

Não tem direito ao erro, sua obrigação é acertar, ganha mal “justamente” para isso, e o seu direito é o de lucrar, lucrar, lucrar, lucrar o patrão. Existe uma dominação ideológica que maquia a realidade, por isso que não ocorrem guerras. Não há necessidade de derramamento de sangue, basta dar baixa na carteira.
Essa dominação ideológica de fazer com que as pessoas se enganem com a realidade, fazendo com que se sintam felizes, serve para alienar aquele que detém da mão de obra. Ocorre hoje no mercado uma alienação de classe. Por esse e outros motivos que não ocorre conflitos visíveis. Onde há um flagrante convencionado, não há de se falar em dignidade, ou muito menos em justiça.

Reivindicar é falta grave.

Assim sendo, vivemos uma nova “ditadura”. Essa mata como a outra, não com tiros fatais, mas sim de forma mascarada e gradativa. Existe sempre a ciência do seu tempo, entende-se que o materialismo histórico é a forma de fazer ciência, a luta de classes é como o motor de um carro, é de fato o motor que move a história. Portanto, muito prazer “Ditadura” Econômica, Empresarial, Capitalista.

Meu nome é João Miserável Brasileiro da Silva, preciso de trabalho, dizem que trabalho é sinônimo de dignidade. Pode passar o “contrato de adesão”, pintar meu polegar com tinta preta, que coloco minha digital no local da assinatura. Progresso a qualquer custo é o meu lema. Minha vela está acesa no altar do “Santo Dinheiro”.

Ufa!

O pão está garantido. Já a carne como no churrasco da empresa. Em dezembro.

Não se pode reclamar, está ótimo!

Dione Castro

É administrador de empresa, estudante de gestão empresarial pela Fatec, graduado em direito e um eterno curioso.

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