O autoritarismo da Globo
Nas últimas semanas, a internet foi inundada por uma avalanche de memes que criticam e satirizam Fernando Haddad e o Governo Lula, especialmente em relação à política fiscal de aumento de impostos. A repercussão desses memes foi tão grande que, além da oposição, até mesmo setores críticos da esquerda aderiram às brincadeiras. Esse cenário gerou uma reação fervorosa por parte da esquerda governista, que, incomodada com a situação, incentivou seus “jornalistas” a defenderem o governo, em especial os da GloboNews.
Defesa de Haddad realizada durante programa da GloboNews
Durante um programa da GloboNews, veiculado em 18 de julho, comentaristas da emissora saíram em defesa de Haddad de maneira inusitada. Andréia Sadi, demonstrando ignorância sobre a facilidade e espontaneidade da criação de memes, afirmou que a proliferação dessas imagens seria um trabalho profissional, insinuando que havia investimento por trás dessas críticas. Ela questionou a falta de reação da esquerda: “Mas cadê o contra-ataque? A gente está falando o tempo todo que a esquerda não consegue reagir. O problema não é a direita, a oposição fazer oposição. O problema é o governo não fazer a defesa do governo.”
Valdo Cruz, por sua vez, foi além e sugeriu a regulamentação dos memes. O jornalista afirmou que, diante da quantidade de memes produzidos e distribuídos, seria necessário identificar suas origens e, no futuro, regulamentar a produção dessas peças. “Você ir contra isso não é muito fácil. Agora, neste caso, o que conta é a quantidade de peças produzidas e distribuídas, postadas nas redes sociais nos últimos dias. (…) Nessa situação, se você consegue identificar a origem, eu acho que, no futuro, você precisaria regulamentar isso.”
A falácia da regulamentação dos memes
A opinião expressada pelos jornalistas da emissora revela um imenso autoritarismo. Aqueles que defendem a censura e a regulação de memes, sob o pretexto de proteger a imagem de uma pessoa, ignoram que a legislação brasileira já possui tipificação para atos como injúria, calúnia e difamação. No entanto, os memes que envolvem Haddad e o Governo Federal não se enquadram nesses crimes. Eles são uma crítica política legítima, na forma de charges e cartuns, que se difundem espontaneamente devido ao conteúdo humorístico.
Querer transformar a simples criação de memes em uma ação regulamentada por lei é uma completa insanidade. Trata-se de uma tentativa preguiçosa de lidar com as novas formas de comunicação e de fazer política. Os memes são um fenômeno da internet que não pode ser controlado devido ao seu próprio poder de contágio. Essa característica torna a regulamentação impraticável e desproporcional.
A contradição da grande imprensa
A contradição é evidente quando esses mesmos jornalistas, que hoje defendem a censura, veneram as críticas realizadas por meio de charges durante a ditadura militar brasileira. Naquela época, a imprensa profissional detinha os meios de comunicação para veicular críticas que lhe eram agradáveis. No entanto, hoje, qualquer pessoa com acesso à internet pode criar e divulgar suas críticas. Isso demonstra que a grande imprensa não está preocupada com a liberdade de expressão, mas sim em manter seu monopólio de comunicação para controlar o que pode ser dito e criticado.
A liberdade de expressão não pode ser cerceada por interesses políticos ou corporativos. Os memes representam a voz do povo, que encontra nas redes sociais um espaço para expressar suas opiniões de maneira criativa e irreverente. Tentar silenciá-los é uma afronta à democracia e aos direitos fundamentais.