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Me acorde quando setembro acabar

A inspiração se faz presente, e com ela, a dor que mata, a dor que corrói, e corrói tanto, que definhamos pouco a pouco, a ponto de terminarmos com tudo.

O que fazemos quando o silêncio se sobrepõe e se funde com o vazio que há em nós, em uma simbiose impossível de ser desfeita? A quem interessa saber o que povoa o nosso vazio? Nada e nem ninguém, logo, permanecemos em silêncio , ou emitimos fracos sinais que quase ninguém percebe, até que seja tarde demais. Em silêncio, choro e grito! O silêncio que há em mim, é tão ensurdecedor e significativo, que ultrapassa os vidros das janelas vizinhas.  Apenas a benzodiazepina ou similares, são capazes de me levar ao fantástico mundo  onde nada importa, e a dor já não existe. Há paz! Esse fantástico e profundo mundo é inócuo? Não! Ele tem prazo de validade e quando acaba, o vazio que fica é capaz de causar os piores danos dentro de nós, e quando acaba, o vazio retorna, mais profundo que nunca, e quanto mais barulho produzimos para minimizar o desespero do vazio, pior ele fica.

O silêncio não diz nada, mas ao mesmo tempo pode nos dizer tudo, tudo o que antes estava escondido, tudo o que queríamos esconder. Dói, e muito, vale a pena continuar? A incrível resposta, é que vale, cabe a nós deixarmos o tempo a benzodiazepina, e o acolhimento das pessoas indicadas para isso entrar em nós ressignificando toda a dor e o vazio existentes.

Texto dedicado ao setembro amarelo, fiquemos atentos aos sinais emitidos por quem amamos.

Evanuse Fernandes

É Graduada em Psicologia pelo uni-FACEF com orientação em Psicologia Analítica/Junguiana, Graduanda em História pela Uniube, e Pós-graduanda em Psicologia com Intervenção em Drogas pela Faculeste.

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