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Dá no pé

Um pomar a céu aberto.

Terra livre, igualmente.

Não há cercas, telas, viveiros.

Quebra-se a lógica do cultivo, porque os espaços estão fora das cercas e divisas das fazendas e sítios. São mais que chácaras, por superarem a conotação desestressante de recreio.

Algumas poucas, muito poucas cidades, adotam e incentivam a arborização com espécies frutíferas.

Pode ser que o país seja pequeno e que, sendo assim, no seu quintal dá de tudo. Plantar diferente para quê?

Temos que bancar 5.571 municípios, de acordo com dados disponíveis no IBGE, incluindo o novo ente federado de Boa Esperança do Norte (MT), que veio à luz da farra de gastos e elevadas despesas orçamentárias públicas neste ano de 2025.

É amargo, causa sensação de aperto na boca. É tanino sobrando.

Queremos doçuras!

Podemos, de fato e de direito, mobilizar as populações para que todos os municípios disponham de locais e não de um local, destinados ao plantio e conservação de árvores que deem frutos comestíveis, nos encham a boca de sabores que nos alimentam e alegram, pelo prazer de ter a natureza às nossas vistas, junto de nossas pistas e às nossas mãos.

Franca tem o Jardim Zoobotânico. Tem, sim, senhores!

As Prefeituras, senão todas, cada uma tem o seu, com nomes possivelmente diferentes.

Nós queremos coisas de comer, ao ar fresco e à sombra das árvores, que possibilitem boa alimentação, melhorem nossa qualidade de vida, com reflexos positivos em nosso bem-estar e saúde.

Nesse ato, a cena tem que ser das frutas e das verduras como componentes-chaves de uma dieta saudável, que nos abasteçam de sortida e abundante fonte de nutrientes essenciais.

A segurança alimentar e nutricional, pela ótica de um sistema de gestão intersetorial, participativa e de articulação entre os três níveis de governo para a implementação e execução das Políticas de Segurança Alimentar e Nutricional, pode e deve topar a parada de que estamos a cuidar nesse artigo.

A finalidade do macroprograma visa promover e garantir o acesso à alimentação adequada e a segurança alimentar e nutricional como direito fundamental do ser humano.

O programático tem de sair desse status – estado -, desgarrar-se do ideal, para revestir-se de concretização, vindo ao nível da execução de políticas simples do fazer e do agir aprendido na experiência dos homens do campo, que a campo e nele semeiam, cultivam, produzem, colher, beneficiam, distribuem, alimentam, incessantemente.

Daqui a 47 quilômetros, estaremos no elevado de Brodowski, o qual, em suas ruas laterais, abriga dezenas de mangueiras que abanam para todos os passantes. Vizinhos e atrevidos, famintos ou publicamente gulosos, vão a elas. Dadivosas, alimentam os seus assediadores, com prazer e ricos compostos bioativos. Delícia!

Um pomar nas ruas e avenidas e praças (tomadas de matos e bichos peçonhentos) seria exigir demais. Podem ser fileiras e canteiros de um só tipo de fruta, quais goiabeiras, amoreiras, pitangueiras, bananeiras, laranjeiras e por aí afora.

Bela Vista de Goiás, em sua planície tomada de cerrado, de hidrografia caudalosa, bem próxima de Goiânia, a capital, entre os seus lagos e horto, trilhas e casarões, dá manga para o povo. Olha o filminho, olha!

Podemos copiar, na cara dura, os bela-vistenses!

A gente enche o bucho aos pés de árvores frutíferas. em logradouros que pertencem ao povo e que, para muito além de embelezá-los, aumenta a biodiversidade, sabido que “atraem pássaros e outros animais de ambientes naturais, ajudando a reequilibrar o meio ambiente urbano através do controle de pragas e o plantio de novas árvores trazidas de suas refeições nas matas”, segundo esse oráculo verde  de Ricardo Cardim, no site Árvores de São Paulo[ii],

Cardim prossegue: “outro aspecto importante é a humanização das cidades. Árvores frutíferas reconectam a população com prazeres simples como colher frutas silvestres no pé e a descoberta de novos sabores, incentivam o uso de espaços públicos e estimulam as crianças a subirem e brincarem em árvores.”

Podemos contar com o prefeito, os vereadores, os agricultores, com todos os profissionais da agronomia, com os empreendedores do comércio e do setor de serviços, e com cada um dos habitantes de nossa cidade, para saborear em comunidade o que juntos podemos plantar e manter livre de vandalismos?

Théo Maia

Opiniões

Notícias de Franca


[i] @elismar_cunha_mito_33

[ii] https://educacaoeterritorio.org.br/reportagens/plataformas-mapeiam-arvores-frutiferas-nas-ruas-brasil-e-mundo/

Dr. Theo Maia

Advogado Previdenciarista (OAB-SP 16.220); sócio-administrador da Théo Maia Advogados Associados; jornalista; influenciador social; diretor do Portal Notícias de Franca; bacharel em Teologia da Bíblia; servo do Senhor.

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