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A eleição mais disputada de São Paulo

Os últimos debates do segundo turno das eleições municipais, na noite de hoje (25/10), encerram a campanha eleitoral de prefeito nos 51 municípios brasileiros (18 deles no Estado de São Paulo) com mais de 200 mil eleitores onde nenhum dos concorrentes de primeiro turno conseguiu ultrapassar os 50% dos votos válidos. No domingo (27), quando se enfrentarão novamente nas urnas, o primeiro e o segundo colocados da disputa do dia 6, será considerado eleito o que obtiver o maior número de votos.
Em campanha desde 16 de agosto, os pretendentes às prefeituras e seus candidatos a vice-prefeito encerram a propaganda nesta sexta-feira e ainda terão o sábado para encontros com eleitores e o chamado corpo-a-corpo, última oportunidade para pedir votos. A disputa dos candidatos à Prefeitura de São Paulo-Capital é uma das mais apertadas da história. O prefeito Ricardo Nunes (MDB), que concorre à reeleição, recebeu 29,48% dos votos no primeiro turno; o deputado federal Guilherme Boulos, do PSOL conseguiu 29,07%,e ambos passaram para o segundo turno. E o empresário e influencer Pablo Marçal, do PRTB, recebeu 28,14% dos votos, um número muito próximo dos obtidos pelos vitoriosos. Sem partido que lhe garantisse propaganda farta, Marçal construiu seu próprio esquema de propaganda pelas redes sociais – onde é profissional – e quase chegou ao objetivo.

Se, por um lado, tirou o máximo das redes sociais e da movimentação pessoal, Marçal ousou no proselitismo e, além da cadeirada que já sofreu, ainda poderá ter de enfrentar problemas judiciais e os esforços de adversários para torná-lo inelegível nas próximas eleições, das quais já declarou pretender participar. Mas ninguém poderá ignorar o feito de bem utilizar a internet e seus aplicativos para obter votos. Como ainda é jovem, poderá ter um futuro promissor na política e suas formulações.
O segundo turno que vemos em São Paulo é uma campanha turbulenta, carregada de ataques pessoais, que fogem ao objetivo de conquistar votos, servindo mais para potencializar desavenças e inimizades. Bem dentro do esquema de polarização da política disseminado nacionalmente, onde o adversário é considerado inimigo e sua eliminação pode ser um objetivo ou possibilidade. Por uma questão de sobrevivência, as lideranças e os partidos políticos deveriam trabalhar pela pacificação e segurança do processo eleitoral, onde o adversário é um concorrente a ser vencido.e nada mais. As eleições fazem parte do processo civilizatório do Mundo. Mas, infelizmente, temos essa distorção aqui no nosso País e es em outras nações – como a Venezuela – ainda piores. Lá, denuncia a comunidade internacional, o resultado da votação é contestado e fraudado pela força das armas e do desrespeito aos direitos humanos.
Apesar de questionamentos, no Brasil, temos eleições regularmente e – até que se prove em contrário – há que se acreditar que os eleitos foram reconhecidos e tomaram posse. Isso nos leva a reforçar o apelo ao eleitorado para comparecer às urnas e votar no candidato que melhor possa representar os seus interesses enquanto membro da comunidade. Essa é a regra do jogo e só através dela poderemos escolher nossos governantes.
Passadas as eleições, nos restará torcer para que nas próximas, o País já tenha encontrado uma solução para baixar a polarização e a tônica esteja na busca de votos em vez de na ofensa e tentativa de destruição eleitoral (ou até física) do adversário. Toda a população – principalmente o eleitor – deve compreender que a eleição é um momento importante da vida do Pais, do Estado e do Município. Portanto, as forças e o raciocínio devem estar direcionados para a escolha do melhor candidato para a tarefa que o eleito terá pela frente. As ofensas, intransigências, mistificações e baixarias são impróprias e servem unicamente para confundir o eleitor na tentativa de fazê-lo votar em quem na realidade não tem condições de assumir e exercer o mandato. Para o bem geral, precisam acabar…

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

É dirigente da Aspomil (Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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