“O Senhor nos dará tudo o que é bom”
(Sl 84,13)
Os Tempos do Advento e do Natal nos inspiram a considerar, acolher e rezar uma verdade fundamental da nossa vida cristã: por que Deus se fez homem? Quais são os motivos da encarnação do Verbo? Ele veio para nos perdoar, revelar o seu amor, ensinar um caminho de santidade e nos fazer participantes da natureza divina.
Qual deve ser a nossa resposta à novidade que é Jesus Cristo? O segundo Domingo do Advento nos chama à conversão. Converter-se é reatar a Aliança que foi violada pelo pecado e retornar a Deus, é uma mudança de mente e coração.
A figura de João Batista se destaca (Mc 1,1-8). A sua missão foi a de preparar o caminho do Senhor. Ele veio pregar “um batismo de conversão para o perdão dos pecados” (Mc 1,4).
O profeta Isaías (Is 40,1-5.9-11) fala de nivelar os vales, rebaixar os montes e colinas, endireitar o que é torto e alisar as asperezas: são imagens que os padres da Igreja associaram aos nossos apegos, paixões e afeições que atrapalham uma experiência livre da presença de Deus e do seu amor. Enquanto eles comandam as coisas, não é possível rezar de verdade, pois atrapalham a concentração. Não significa negá-los, mas aceitar essa condição, tomá-los nas mãos, encará-los e ordená-los para o bem.
Jesus nos batiza com o Espírito Santo (Mc 1,8). Ele nos ama e nos salva. Converter-se é crer na sua pessoa e nas suas palavras, é seguir o seu caminho.
A mudança de coração nos leva a uma nova maneira de viver. Deus é o centro de tudo e para Ele se volta a nossa vida. Com Ele, esperamos “novos céus e uma nova terra, onde habitará a justiça”, por isso, devemos nos esforçar para que o Senhor nos encontre “numa vida pura e sem mancha e em paz” (2 Pd 3,13,14), produzindo os frutos das boas obras.
Advento é tempo de limpar a casa, purificar o coração, tirar da nossa alma os espinhos, extirpar o pecado e ordenar tudo para Deus.
“Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei!”
Minhas orações a todos.
Dom Paulo.