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O Segredo Messiânico

No texto do Evangelho de Marcos 1,21-28 vemos Jesus pregando em dia de sábado na Sinagoga de Cafarnaum. Jesus no seu ensinamento suscita a admiração das pessoas e ao mesmo acontece a libertação de um homem possuído por um espírito impuro, que reconhece em Jesus o “Santo de Deus”, ou seja, o Messias. Sua fama difunde-se por toda a região, onde Ele percorre anunciando o Reino de Deus e curando doenças de todo tipo por meio de suas Palavras e gestos. Em Cafarnaum Jesus realizou a maioria dos seus milagres.

Os Escribas daquele tempo se esforçavam por interpretar as Sagradas Escrituras com inúmeras reflexões nas Sinagogas, mas não conseguiam muito êxito. Santo Atanásio observa que expulsar demônios não é obra humana, mas divina. Por isso mesmo o Evangelista Marcos vai evidenciar nos versículos 22e27: “Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os Mestres da Lei… O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!”, diziam espantados.   

Jesus não quer que seja divulgado às multidões que Ele é o Messias. Por isso, Ele proíbe os discípulos, os doentes que Ele cura e até mesmo os demônios de espalharem esta notícia. Caso seja revelado o Segredo Messiânico, este fato, colocará em jogo o bom êxito de sua missão.

Aqui convém falar sobre a diferença da autoridade humana e autoridade Divina. Na visão humana, a autoridade significa poder, domínio e sucesso, enquanto que, a autoridade Divina significa humildade, serviço e amor. Jesus vem trazer justamente essa novidade, tanto que, na última Ceia lava os pés dos discípulos (cf. João 13,5). Jesus busca o verdadeiro bem das pessoas, por isso cura as suas feridas, manifestando um amor tão imenso entregando a sua vida por amor.  

“Para Jesus o Reino de Deus se manifesta através do sinal da misericórdia e do amor para com os pecadores. Esta conduta de Jesus suscitou desde o princípio surpresa, fascinação e entusiasmo, mas também provocou suspeitas, rejeição e escândalo. O final violento que recaiu sobre Jesus se situa na consequência intima de sua conduta. Contudo, Jesus, com os seus gestos, queria curar feridas e não abrir outras. Ele não seguiu o caminho da violência, mas o caminho do serviço e do amor: “Não vim para ser servido, mas servir”(Marcos 10,45)”(Walter Kasper, Jesus Ele Cristo).

Pe Mário Reis Trombetta

É vigário da Paróquia Cristo Rei, em Orlândia. Já atuou nas Paróquias Santana, São Crispim e Santa Rita de Cássia, em Franca. Fez Filosofia na Capelinha, com os Agostinianos e, em 1992, seguiu para Florença, Itália, e posteriormente, Madri, na Espanha, para concluir seus estudos. Retornou a Franca em 96 e foi ordenado padre em 98. Completa este ano 23 anos de sacerdócio.

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