O ser humano não foi criado para viver solitário, mas num relacionamento com Deus e com as outras pessoas. Somos convidados a uma festa independentemente dos nossos méritos, para fazermos uma experiência de vida comunitária. A verdade é que recusamos um convite de um Deus que é amor para depois o buscarmos no momento da dor. Temos um véu nos olhos e por isso não aceitamos o amor gratuito de Deus. chame todos que encontrar para o Banquete. Todos, independentemente do mérito ou da formalidade.
Hoje, quando se convida para alguma festa é preciso levar cooler com a bebida e alguma carne para o churrasco. Para este Banquete não tem necessidade de levar nada, basta somente aceitar o convite. Aqui todos são convidados, dos notáveis da cidade até o último da fila: deixem entrar todos, maus e bons. E pensávamos, talvez, que ao lado de Deus só havia lugar para os bons, para os melhores.
O povo de Israel é, por definição, o “povo eleito”: convidado pelo próprio Deus, através dos patriarcas, para ser a sua presença visível. A eleição «é um dom de amor do qual decorre uma necessidade correspondente. Mesmo que Deus nunca rejeite o seu povo, em virtude da sua eleição, é o próprio povo que pode distanciar-se de Deus. Cada vez que Israel é chamado à plenitude da vida, permanece uma livre escolha aceitar ou não o convite. O céu não é um dever a ser cumprido, mas uma alegria a ser desfrutada. Viver a vida de Fé não é um dever e nem tão pouco um prazer, mas é uma feliz escolha para viver um encontro com Deus.
A fé cristã, que poderia ter permanecido um fenómeno isolado dentro do Judaísmo perante a rejeição de alguns, voltou-se para todos. É o mistério da misericórdia de Deus, que não pára diante de nenhum obstáculo. «Não quero que ignoreis este mistério, irmãos, para que não sejais presunçosos: o endurecimento de uma parte de Israel está em curso até que todas as nações tenham entrado no Reino de Deus. Então todo o Israel será salvo. […]” (cf. Rm 11,25.33).
Fonte: Portal Cerco il tuo Volto: Ermes Ronchi, Padre Giulio Michelini e Pe. Luigi Maria Epicoco.