No sentido popular, que já se tornou provérbio, a resposta de Cristo soa assim: dê a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Na realidade, o verbo usado por Jesus muda completamente a perspectiva: Devolver as coisas a César, devolver a pessoa a Deus.
No centro da economia de César está a produtividade e o dinheiro, no centro da economia de Deus está o ser humano, homem e mulher criados à sua imagem e semelhança. Qualquer César não pode profanar a consciência das pessoas, não pode tirar-lhes a liberdade, não pode arrebatar-lhes a dignidade.
A imagem que cada um de nós carrega é a imagem de Deus, não impressa numa moeda, mas impressa em nossos corações e consciências. Muitas vezes, infelizmente, esta imagem é contaminada, humilhada, ferida por nossa causa ou por outros e por isso Cristo nos convida a defender, curar, proteger esta imagem em nós e devolvê-la a Deus, porque ela pertence a Ele. Ninguém pode ser dono dos outros e das suas vidas, caso contrário usurpará a sua liberdade e dignidade.
Jesus é o rosto humano de Deus, enquanto a moeda trazia outro rosto, o do imperador, com a inscrição “Tibério César, augusto filho do divino Augusto”. Tibério é filho de Augusto, Jesus Filho de Deus; o primeiro tem jurisdição sobre as nações, o segundo sobre os corações, porque, como intuiu Tertuliano, a imagem do poder imperial está impressa nas moedas, enquanto a imagem do Criador está impressa em cada homem.
Fonte: Portal Cerco il Tuo Volto: Padre Mauro Manzoni