Sob o impulso de um consumismo hedonista, infelizmente o Natal, nestes nossos tempos, tem corrido o risco de perder o seu significado espiritual, para se reduzir a uma mera ocasião comercial de compras e trocas de presentes! O Mistério do Nascimento de Cristo traz a ao mundo uma mensagem de Luz e de esperança. Constatamos neste acontecimento que a Luz do bem vence o mal, a luz do amor vence o ódio e a luz da vida vence a morte. É a manifestação da luz Divina em um mundo envolto de trevas e de problemas que parecem não ter solução.
Os pastores ficaram envolvidos pela Luz no momento em que os Anjos anunciaram a eles uma grande alegria (cf. Lc 2,9), pois “Deus é Luz e n´Ele não há trevas” (1 Jo 1,5). Onde se faz presente o amor levanta-se uma luz no mundo e onde se manifesta o ódio, o mundo permanece na escuridão. Muitas pessoas hoje tem um vazio no coração, por isso se faz necessário abrir a mente e o coração ao Natal de Cristo, pois este é um acontecimento de Salvação capaz de imprimir uma renovada esperança à existência humana.
“Levanta-te Jerusalém e resplandece, pois, chegou a tua luz. Olha: A noite cobre a Terra e a escuridão os povos, mas sobre ti resplandece a glória do Senhor!” (Is 60,1-3).
A Graça de Deus manifestou em Cristo: eis o motivo porque o Natal é Festa de Luz. Jesus Cristo é a Luz que dissipa as trevas do coração humano e nos permite compreender o sentido e o valor da nossa existência e da História da humanidade. A partir de Belém, um rastro de luz, de amor e de verdade atravessa os séculos.
Cada Presépio feito nas Igrejas, nas praças e nas casas das famílias é um convite simples e eloquente a abrirmos o coração e a mente ao Mistério da Vida. Deus veio ao nosso encontro e mostrou-nos o seu rosto, rico em misericórdia! Procuremos Jesus e deixemo-nos atrair pela sua Luz, que dissipa a tristeza e o medo do nosso coração, aproximemo-nos dele com confiança e com humildade. Prostemo-nos para o adorar.
São Francisco de Assis designou o Natal como “Solicitude inefável”. O Natal é Festa de Alegria porque vemos e finalmente temos a certeza de que Deus vem ao nosso encontro e se faz tão próximo que até podemos ver e tocá-lo. O Natal é o ponto no qual Céu e Terra se unem num encontro inefável de amor e ternura.
Fonte: Homiliário, Um Caminho de Fé Antigo e sempre Novo, Ano B, Bento XVI.
Feliz Natal a todos!