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Mulher morre em Igarapava e é enterrada no escuro. Família acusa Santa Casa de negligência e reclama da Prefeitura ‘nos trataram como lixo’

Luzia Regina Volhert, de 52 anos, ao sentir dores no braço esquerdo e no peito, buscou atendimento na Santa Casa de Igarapava no último dia 31 de março. No hospital, ela foi medicada e orientada a retornar para casa.

No dia seguinte, 1 de abril, Luzia retornou ao hospital, pois os sintomas haviam piorado. Após cobrança da família via redes sociais, ela teve atendimento, mas veio a falecer poucas horas depois. Para a família, Regina foi tratada com negligência. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público e pela direção da Santa Casa.

De acordo com Marília Volhert, filha de Luzia, todo o triste episódio envolvendo a morte de sua mãe é, além de revoltante, muito estranho. “O médico não quis nos informar quais exames foram feitos e quais medicamentos foram passados pra minha mãe. Nós, da família, não sabemos a causa da morte”, diz a filha, indignada.

Outro ponto que para Marília ainda não foi esclarecido diz respeito a autopsia. Segundo Marília, o IML de Ribeirão Preto se recusou a realizar a autopsia. “E isso aconteceu após uma hora de conversa por telefone entre o médico da Santa Casa de Igarapava e o médico responsável do IML de Ribeirão”, disse ela, que não sabe dizer o motivo da recusa.


Esse fato, desencadeou outro, que também abalou a família. O corpo de Regina ficou na Santa Casa por aproximadamente 14 horas, e posteriormente foi levado ao IML de Franca. A demora impossibilitou a família de realizar o velório de Regina, que deixou o marido, duas filhas e cinco netos.

Enterro no escuro

A família ainda teve que lidar com outra situação absurda, que revoltou a todos. O enterro de Luzia Regina teve que acontecer a noite e o cemitério de Igarapava não tinha iluminação. De acordo com a filha, o corpo de Regina foi sepultado no escuro. “Para clarear um pouco o lugar, as pessoas que acompanhavam o cortejo ligaram lanternas de celular”, disse Marília. O enterro foi gravado por amigos que ficaram indignados com a situação (confira no vídeo abaixo). “Além da tremenda falta de respeito por uma cidadã de Igarapava, por uma mãe de família, no escuro pudemos ver escorpiões, baratas e cobras. A tristeza já é tão grande e ter que lidar com coisas assim. Trataram a gente como um lixo”, completou ela.

A administração do cemitério informou que houve um furto da fiação do local e que já estão trabalhando para colocar fios novos.

Mortes suspeitas na mesma Santa Casa

Não é a primeira vez que famílias acusam a Santa Casa de Igarapava de negligência. Entre setembro de 2022 e janeiro de 2023, 3 bebês morreram no hospital.

Na semana passada, um menino de 10 anos também faleceu após ser atendido, medicado e mandado para casa.

Todos esses casos estão sendo investigados pela direção da Santa Casa e pelo Ministério Público. A Câmara Municipal de Igarapava realizou uma sessão extraordinária para discutir e achar soluções para a área de saúde da cidade.

Em entrevista levada ao ar pela TV Record, no programa Balanço Geral, o interventor da Santa Casa, Marcelo Ormeneze, confirmou a investigação. “Eu criei uma portaria determinando um corpo clínico para fazer a investigação. Se o hospital ou o médico tem culpa por alguma conduta, eles vão ser penalizados. Reuni com todos os chefes da Santa Casa e solicitei para ter cuidado especial com esses casos. Então, estou fazendo o meu melhor.”

João Pedro da Silva

Tem 24 anos e é estudante de jornalismo.

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