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Diretor da DRS é exonerado do cargo após acusação de importunação sexual

O médico diretor da DRS-III (Diretoria Regional de Saúde para a 3ª Região do Estado de São Paulo) e ex-prefeito de São Joaquim da Barra, Marcelo de Paula Mian, pediu e teve sua exoneração publicada nesta quarta-feira, 1º de junho, no Diário Oficial do Estado (DOE). O pedido acontece depois de vir a público a acusação de uma paciente do ginecologista de importunação sexual registrado em Boletim de Ocorrência no último dias 23 de maio na Central de Polícia Judiciária (CPJ) daquela cidade. No BO foi registrado a acusação de atentado ao pudor. O próprio Marcelo já havia informado à Folha de Franca nesta terça-feira, 31, seu afastamento do cargo. “Estou me afastando da DRS para poder mostrar com mais propriedade e tempo a verdade dos fatos”, disse.

De acordo com Mian, ele ainda não foi notificado sobre a denúncia e que soube do caso através das redes sociais. “Sequer fui intimado ainda a prestar esclarecimentos. Por isso prefiro tomar conhecimento judicialmente e depois, sim, me manifestar. Já estou tomando as medidas necessárias para que tudo isso se esclareça e a verdade prevaleça. Muito triste quando vc é condenado pelas redes sociais sem sequer ser julgado, ou melhor, sem se quer ser ouvido”, disse o médico.

O caso

De acordo com o BO, a paciente JAMN teria buscado a retirada do DIU em diversos médicos da cidade, após sua médica de rotina ter afirmado que a retirada deveria ser feita por método cirúrgico e que ela não realizava este tipo de procedimento. Ela teria, então, buscado a opinião de outros médicos até encontrar Marcelo de Paula. Durante o exame pré-operatório, ele teria ficado sozinho com ela na sala de consulta.

A mulher que acusa o médico afirma ainda no Boletim de Ocorrência que se sentiu constrangida por diversas vezes no momento da consulta. O médico teria afirmado que ainda tentaria a retirada do dispositivo por “pinçagem”. Na hora de subir na maca, a mulher teria sentido câimbras e relata que o médico, ao perceber, fez massagem em sua perna. Durante o procedimento de tentativa de retirada do DIU ela teria se queixado de dor e o médico disse ser normal e acariciado a parte interna de suas coxas. Segundo relatos no BO ela também teria tentado se levantar da maca, pedindo permissão para o médico, que negou dizendo que faria mais exames. Nesse momento ela alega ter visto que o médico estava sem luvas.

Os relatos ainda dão conta de que ao realizar exames de toque em JAMN, o médico, já de luvas, teria tocado em seu clitóris, o que causou estranheza e a deixou desconfortável. “Ele retornou e ainda efetuou um exame de toque, porém diferente do que a declarante entende por comum, pois normalmente em exames dessa natureza o profissional toma muito cuidado, mas no caso ele chegou a encostar a mão no clitóris dela. Que extremamente constrangida ela deixou o local, porém sentiu que teve sua privacidade invadida e que as atitudes do profissional foram abusivas”, revela o trecho do BO.

Alessandro Macedo

É jornalista e editor da Folha de Franca

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