Vídeo: Bar flutuante afunda em Capitólio
O Viva! Lounge Bar, instalado no meio do Lago de Furnas, em Capitólio, afundou na tarde desse sábado (18/2). Parte da estrutura ficou submersa. Embarcações que estavam por perto no momento do acidente ajudaram a resgatar as pessoas, auxiliadas por marinheiros. Ninguém ficou ferido. O bar é muito frequentado por turistas do “Mar de Minas”, mas, no momento do acidente, poucas pessoas estavam no local.
De acordo com o Corpo de Bombeiros de Passos, nenhum posto da região nem a Polícia Militar foi acionada, uma vez que não teve vítimas. Em mensagem enviada por WhatsApp ao jornal Folha Regional, o dono do bar, que se
identificou como Leopoldo GGC, lamentou o acidente.
“Infelizmente o acidente ocorreu, pelo que sabemos iniciado por uma forte movimentação causada por uma lancha a alta velocidade que passou a menos de 5 metros do Viva!”, contou.
“A Marinha foi imediatamente acionada e já está com grande equipe no local, representada pelo delegado Salgado, fazendo mais verificações para segurança da navegação”, diz ainda o empresário na mensagem.
Marinha vai instaurar inquérito par apurar causas do acidente
Em nota, a Marinha do Brasil (MB) informou que a Delegacia Fluvial de Furnas (DelFurnas) tomou conhecimento da ocorrência do naufrágio parcial da embarcação no final da tarde de sábado.
“A DelFurnas enviou, imediatamente, uma equipe de Busca e Salvamento (SAR) para o local, a fim de prestar o apoio necessário. Ao chegar no local, foi verificado que todos os tripulantes e passageiros já haviam sido socorridos e que não houve vítimas ou feridos. Não foi constatada poluição hídrica.”
A Marinha informa ainda, na nota, que “um inquérito será instaurado para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente, bem como colher ensinamentos para reduzir a probabilidade de ocorrências análogas no futuro.
Concluído o procedimento e cumpridas as formalidades legais, os documentos serão encaminhados ao Tribunal Marítimo, que fará a devida distribuição e autuação, o qual dará vista à Procuradoria Especial da Marinha para que adote as medidas previstas no Art. 42 da Lei no 2.180/54.”A Força Armada destaca na nota que incentiva e considera importante a participação da sociedade para auxilixar no trabalho da Marinha, por meio dos telefones 185 (número para emergências marítimas e pedidos de auxílio) e (35) 3197-9890 e (31) 98312-1339 (diretamente com a DelFurnas para outros assuntos, inclusive denúncias).
Histórico de ocorrências em Capitólio
Cidade conhecida como a “rainha das águas”, Capitólio registrou acidentes e incidentes nos últimos dois anos. Somente em 2022, houve quatro acidentes envolvendo embarcações na região.
Na noite de 20 de agosto de 2022, pelo menos 17 pessoas ficaram feridas após um acidente com uma lancha À época, o piloto contou à Polícia Militar que seguia o GPS quando bateu em um barranco, tombando parcialmente.
Dois meses antes. em 18 de junho, duas pessoas morreram em um acidente com uma chalana. A embarcação fazia a transferência de 14 passageiros de uma lancha que enfrentava problemas mecânicos. A chalana, que já tinha 10 passageiros, atendeu ao chamado de socorro, mas, durante a transferência, não suportou o peso e virou. Um homem e uma mulher não conseguiram se salvar e se afogaram.
Mas a tragédia que deixou 10 mortos e 27 feridos, em 8 de janeiro de 2022, marcou fortemente o nome de Capitólio e o turismo da região. O desmoronamento de um paredão do cânion atingiu três embarcações que passeavam no Lago de Furnas. Os mortos eram todos ocupantes da lancha de nome Jesus.
O governo de Minas e a Prefeitura Municipal de Capitólio firmaram, em 16 de novembro de 2022, um convênio para viabilizar obras de prevenção de riscos nos cânions da região. As obras foram definidas a partir de estudos de uma equipe formada por técnicos da Prefeitura de Capitólio e por geólogos da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Federal de Goiás (UFG). O local foi desinterditado parcialmente depois das obras.
Cidade alagada
Em 9 de janeiro deste ano, o Rio Piumhi transbordou devido ao grande volume de chuva na região, o que causou diversos transtornos. As duas entradas da cidade ficaram com o trânsito de veículos impedido por causa da inundação. O problema ocorre por causa do canal de escoamento da água do rio construído em função das obras da Usina Hidrelétrica de Furnas. O local foi desassoreado uma única, vez em 1988.
Em 2008, o município de Capitólio entrou com uma ação judicial contra Furnas Centrais Elétricas, para a limpeza do canal. Em 2021, a Justiça determinou que a empresa realizasse a limpeza e desassoreamento do canal.
Após fiscalização e troca de informações com a prefeitura da cidade, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad-MG) aplicou uma multa de R$ 290 mil à empresa por problemas no sistema de drenagem nas lagoas do Rio Piumhi. Segundo a Semad, houve falta de manutenção no canal de refluxo do rio em Capitólio.