O prefeito Alexandre Ferreira (MDB) encaminhou para a Câmara Municipal na manhã desta terça-feira, 22, o pedido para a retirada do projeto que institui o Programa Emergencial de Auxílio Transporte aos Usuários de Serviços Públicos. A matéria autorizava a Prefeitura a comprar até R$ 1,35 milhão em passagens de ônibus da São José. Desde o mês passando, quando foi apresentado pelo prefeito Alexandre Ferreira, o projeto tem gerado polêmica e a maioria dos vereadores, incluindo parlamentares da base, como o líder do prefeito na Câmara Ilton Ferreira (PL) e Donizete da Farmácia (MDB) já haviam se manifestado contra a aprovação do texto.
Sabendo que o projeto não passaria nesta terça-feira, 22, o prefeito se adiantou e pediu a retirada da matéria da votação. Com a passagem a R$ 4,30 atualmente seria possível, com R$ 1,35 milhão, a aquisição de mais de 300 mil passes de ônibus. Durante a sessão nesta manhã os vereadores comentaram sobre o projeto e a retirada do mesmo. “Na minha opinião, neste projeto ele (Alexandre) foi muito infeliz. É um projeto que estava muito na cara que não ia passar, quem seria favorável a este projeto no momento que estamos passando? A empresa São José pode estar passando dificuldades? Pode… Mas e o dono do buteco, da lojinha, o pessoal das vans que transportavam os alunos, os restaurantes… Na minha opinião (o projeto) nem deveria ter sido apresentado. Faltou um pouco de malícia”, argumentou Donizete da Farmácia.
Os vereadores Marcelo Tidy (DEM) e Della Mota (Podemos) também se pronunciaram e foram enfáticos ao dizer que seriam contrários ao projeto. “Preparei a documentação para falar sobre o projeto, do meu voto contrário. Não podemos jamais nos omitir… Uma empresa que faz greve em dia de mutirão de vacinação. Uma pessoa que não cumpre o contrato. Uma empresa que nunca foi punida pela Emdef… Não respeita o trabalhador…”, disse Della Mota.
“A São José é um calvário que temos aqui na nossa cidade. Passa mandato entra mandato e segue. Esse projeto já tinha falado que não era o momento, mas se fosse para ser retirado tinha que ter sido antes de ser colocado em pauta. Sou contra o projeto, mas deixo aqui meu repúdio para a retirada do projeto neste momento, se fosse pra ser retirado tinha que ter sido antes”, disse Carlinho Petrópolis Farmácia (PL).
“A situação já foi discutida desde quando foi apresentado o projeto. Todos ou a grande maioria se manifestou contra o projeto logo no protocolo. Acho que faltou um pouco de habilidade do Executivo para saber o posicionamento de cada vereador sobre o projeto… A questão do transporte público não pode ser tratada com essa simplicidade”, disse Gilson Pelizaro (PT). “O transporte coletivo tem que ser levado a sério. Precisamos discutir a modernidade do transporte coletivo em Franca. Eu nunca vi uma Prefeitura comprar tantos passes de ônibus como a nossa, mais de 350 mil passes. Isso é subestimar nossa inteligência. É um subsídio disfarçado e sem garantia de direitos para os demais usuários”, completou o petista.
