Motoristas da São José cruzam os braços após atraso de salários
No fim de semana que antecede a votação na Câmara do projeto do prefeito Alexandre Ferreira (MDB) – que prevê autorização para comprar R$ 1,3 milhão em passagens de ônibus para usuários de serviços da Prefeitura -, os motoristas da empresa São José decidiram cruzar os braços e não saíram da garagem neste sábado, 19.
O motivo da paralisação, segundo o presidente do Sindicato dos Motoristas de Franca, Geraldo Xavier de Almeida, o Geraldinho, foi o atraso no pagamento dos motoristas. O representante da categoria afirmou que, caso a empresa não pague os salários, o movimento continuará e os ônibus seguirão sem circular por tempo indeterminado.
Essa não é a primeira vez que a empresa atrasa os pagamentos nesse ano. No mês passado, os motoristas ameaçaram deflagrar uma greve devido ao atraso no pagamento dos salários. Na ocasião, a greve foi suspensa depois de uma reunião entre a Empresa São José, a Emdef (Empresa Municipal para Desenvolvimento de Franca) e o Sindicato dos Motoristas, quando a empresa se comprometeu a pagar os salários em atraso.
No mês passado, a São José afirmou que operava com dificuldades agravadas pela pandemia e que a não realização dos reajustes anuais durante o governo do ex-prefeito Gilson de Souza (DEM) agravou a situação.
Hoje a reportagem da Folha de Franca entrou em contato com a assessoria da empresa São José, mas até o encerramento desta matéria não houve retorno.
Passageiros prejudicados
A greve foi uma surpresa para os passageiros que buscaram o serviço nesta manhã. No Terminal Central de Ônibus “Ayrton Senna da Silva” muitas pessoas esperam o ônibus, mas eram informadas de que a empresa não circularia. “Tive que dar um jeito para vir trabalhar, mas acho um absurdo isso. Eles não pagam os motoristas e quem paga somos nós, os usuários. Além de um serviço que deixa a desejar e é caro, ainda temos que passar por isso”, disse a vendedora Suellen Alves, 26. “É complicado já que entendo o lado dos motoristas, mas a Prefeitura deveria tomar uma atitude. Somos reféns da São José desde sempre e nada muda. É uma vergonha”, disse o pespontador Tiago Silveira.